sexta-feira, 8 de Novembro de 2002
O CAOS DA LINGUAGEM:O MITO DE BABEL
[9-7-1999]
7-9-1994 - 1 - Vamos sempre parar ao discurso, por mais que queiramos fugir ao discurso. A mensagem e a forma como a mensagem é transmitida, está na origem de toda a nossa perplexidade e ausentação. Todos os discursos - quântico, ayurveda, rosacruz, meditação transcendental, budismo tibetano, Prigogine, Hawkins - nos querem dizer a verdade, mas cada um dos mil discursos diz a verdade à sua maneira. Como chegar à Luz única sem nos deixarmos enlear nos opacos discursos, que em vez de explicar, complicam?
2 - Modernamente vem a teoria do caos. A ciência inundou o espaço de teorias. Cada qual com seu discurso próprio. Que aparenta - diga-se no caso da «teoria do Caos» - uma vulgaridade impressionante. Se só a agora a ciência descobriu o Caos, Caos que foi ela a construir... É sensato o retorno ao bom senso e ao discurso naif. Ao desarticulado dos discursos arcaicos. Às vozes de analfabetos e autistas. Talvez esteja nessa zona de «silêncio» o princípio da linguagem universal. O fim da torre de Babel.
3 - Quando a RA promete o estabelecimento de uma linguagem universal - a linguagem vibratória de base molecular - está, de facto, a responder ao mais antigo, mais profundo e mais dramático anelo da humanidade. Até porque se confunde com este outro anseio antigo e profundo: o entendimento do maior mistério da vida, que é o mistério da morte. Será que só pela informação vibratória teremos acesso a esse mundo que está do outro lado do mundo? Mas não estaremos nós, sem saber, do outro lado pensando que estamos deste?
4 - Questão de metabolismo e portanto de alquimia, é a das palavras. O discurso com que somos bombardeados, já se disse, constitui o mais indigesto dos alimentos, palavra parecida a elementos, arrumados pela ciência moderna na prateleira da Química. Os chineses arrumaram a palavra «elementos» na medicina. É também o Caos, a Babel, no discurso particular das ciências particulares. Mais uma Babel dentro da Babel, um Caos dentro do Caos. As técnicas do Budismo Zen servem, neste caso, de pequena ajuda: aumentam a capacidade orgânica de seleccionar os lixos mediáticos (incluindo a literatura que se publica) e de separar o trigo do joio. Ajudem-se com o Zen, sem contra-indicações conhecidas.