1-2- ee-0>ee-0>adn>- diário de uma descoberta - confidências de um aprendiz - relendo etienne guillé
sexta-feira, 8 de Novembro de 2002
PARA QUE SERVEM OS SEMINÁRIOS INTERCALARES?: CONTRA O ASSISTANATO PELA AUTONOMIA
Lisboa, 30/6/1993 - 1 - A crítica ao sistema de «assistanato» que nos escraviza e que nos torna monodependentes de várias toxicodependências, está feita, bem feita e mais que feita nos livros de Etienne Guillé e Jean Noel Kerviel. De facto, a radiestesia alquímica, antes de se impor como um método global de transformação pessoal, antes de ser a mais vasta e ambiciosa explicação do universo, é um método prático de emancipar as pessoas e de entregar a cada um o destino de cada um. E com a máxima urgência. Porque as monodependências aumentam, as alienações são cada vez maiores, a doença é cada vez mais um sintoma de todas essas monodependências que, desde o berço, desde o útero, desde a fecundação, colocam o ser humano em estado de aviltante escravidão.
2 - Estranho é, pois, que na radiestesia alquímica aconteçam bloqueios e alienações do mesmo tipo dos que ela pretende neutralizar. A radiestesia propõe-se como um método de auto-suficiência, em todos os campos. E tendo sido a batalha ecologista exactamente essa luta pela emancipação, pela autarcia, pela independência e pela libertação das pessoas em relação aos sistemas e às instituições, convém lembrar que, nesse aspecto, a radiestesia alquímica é apenas mais uma tecnologia de autosuficiência e não necessariamente a primeira.
3 - Mas estranho é que, de repente, se verifique que a radiestesia, afinal, pouco contribui para tornar as pessoas auto-suficientes, nomeadamente ao nível da terapêutica. Primeiro porque menospreza outras técnicas de autosuficiência - como a Macrobiótica - que, embora só ao nível do suporte, visam exactamente o mesmo objectivo fundamental: libertar o ser humano de alienações, alçapões, instituições e escravidões; e depois porque, enquanto tecnologia de autosuficiência, não hierarquiza as prioridades nesse sentido. Quando alguns alunos se impacientam por andar devagar, não significa que tenham pressa de fazer fortuna com a radiestesia. Nem todos andam aqui para alimentar e reproduzir o maldito MAGA. Quando alguns, com sacrifício, frequentam os seminários e querem progredir, não significa que tenham em mira apenas ganhar dinheiro, mas pode ser que procurem, exactamente, a sua máxima autonomia e a dos que lhes estão próximos. Se os cursos não forem orientados por esta prioridade, há com certeza qualquer coisa de errado nos cursos. Até agora, do que foi ensinado, pouco se orienta nesse sentido de autonomia. Pouco está dito sobre o que deverá ser feito por cada um no sentido de tomar em suas mãos o seu próprio processo. As pessoas continuam a correr para o terapeuta, para o terapeuta as tirar de dificuldades. Fala-se em que cada ser humano tem que realizar o seu trabalho pessoal, mas não se indicam as técnicas elementares - como a macrobiótica ou a oligoterapia - a que deve recorrer para o conseguir. Há silêncios e omissões na Radiestesia que começam a inquietar. Exactamente porque fecham mais portas do que aquelas que abrem. Criam mais dependências em vez de combater as anteriores.
4 - Bem vistas as coisas, até agora só o trabalho com os metais foi a técnica de autosuficiência indicada. Que mais podem as pessoas fazer, afinal, para prosseguirem o seu trabalho pessoal de transmutação? Não chega dizer que cada um tem o seu caminho. Que tem, já se sabe. Mas o que um método tem a fazer é ensinar os métodos de cada um encontrar o seu próprio caminho. Uma técnica é uma técnica e tem que ser ensinada. E por não haver técnica, e por não ter sido ensinada essa técnica, é que chegámos a este paroxismo que é o auge do Kali-Yuga. A urgência reside em que essa técnica seja passada, rapidamente, porque 41 mil anos de escuridão já devem chegar.
5 - Estranho que a minha impaciência seja olhada com certa reserva e mesmo irritação pelos seminaristas intercalares da radiestesia. É evidente que tenho pressa: não de montar consultório, mas de aprender a libertar-me e de como libertar os que me são queridos deste inferno dos infernos que é a vida em 1993, em Portugal. Tenho ou não o direito de ter pressa? Porque me mandam sistematicamente esperar? Afinal parece que está tudo é muito ocupado a ganhar dinheiro. Afinal só vejo, como sempre vi, à minha volta, é VIP's superocupados. Afinal, quando ofereço as minhas 24 horas do dia para ocupar em benefício de todos os seres, quando disponibilizo férias e fins de semana, parece que estou a dizer que estou mesmo disponível. Contra a escravidão de todos os assistanatos. Contra a escravidão de todas as monodependências. Não admito desculpas de ninguém para que não o esteja neste caso crucial, neste caso de vida ou de morte, que é o de acrescentar, nem que seja um milímetro, nem que seja um átomo, autonomia aos escravizados seres humanos.
6 - É o momento, de facto, de não escamotear mais diagramas e de não prometer fotocópias sem cumprir. E muito menos de fazer ameaças de que não poderemos gravar os seminários. Devemos estar gratos por todos os ensinamentos, por todos os seminários, por todas as informações - preciosas - que nos são passadas: mas também temos o direito de esperar que a prioridade máxima, a prioridade das prioridades - dar a cada um o destino de cada um - seja cumprida com o máximo de rapidez... Se há os que fazem uso mercenário da radiestesia, é com eles e a alma deles. Estou, sinceramente, mais preocupado com os que querem fazer uso da radiestesia para se libertar da Merda. E não com os que se afundam nela ainda mais. É que levámos 41 mil anos - segundo os cálculos mais recentes - à espera deste maravilhoso momento e deste maravilhoso encontro. E já começa a ser tarde, no relógio da eternidade.
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