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terça-feira, 15 de Abril de 2003
A LETRA CONTRA O ESPÍRITO
20/10/1996-23/10/1996)
Os alicerces da Ciência sagrada vão-se definindo à medida que a Ciência Sagrada se demarque da Ciência ordinária.
Daí esta perca de tempo com ruim defunto.
É o meu direito à Asneira a ao Insulto. Porque eles queriam esse direito só para eles.
Lisboa, 20/10/1996 - A designação «ciências sagradas» dada à Noologia seria, segundo algumas opiniões, dispensável.
Se é a ciência ordinária(CO) o que se pretende fundamentalmente substituir - sem tácticas conciliatórias - com o estudo do sagrado, não deveria usar-se a palavra do «inimigo». Sabedoria, por exemplo, seria mais adequada. Com certeza que sim.
Pensam outros, porém, que é exactamente por isso, por ser uma palavra do inimigo, que a palavra ciência deve ser utilizada, designando o estudo das matérias ligadas ao sagrado, com intenção polémica e provocatória.
- A Noologia demarca-se da ciência ordinária (CO) em vários aspectos fundamentais : um deles é um conjunto de princípios irredutíveis e sem os quais não há demarcação.
Eis 8 desses princípios:
1 - O sinal de igual entre 3 palavras: energia = memória= informação
(este o princípio de mais vastas consequências e o que melhor demarca as ciências sagradas da CO)
2 - A composição trinitária do ser humano: Corpo/ AlmaEspírito
3 - A existência dos 7 corpos energéticos no ser Humano
4 - As 9 camadas da Alma
5 - A Alquimia a 3 níveis do ser trinitário : Alquimia do Corpo/Alquimia da Alma/ Alquimia do Espírito
6 - As 4 forças da física são as 4 energias primordiais ou filosofais da Criação
7- A 5ª energia (ou força) será , provavelmente, a pedra filosofal
8 - Os chacras são um reagrupamento possível dos centros energéticos no ser humano, havendo otros reagrupamentos possíveis :
a) Os 12 receptores electromagnéticos (onde Yves Roccard, que os descobriu, detectou vestígios de magnetite)
b) Os 12 meridianos de energia segundo a Acupunctura
c) Os 5 elementos da MTC
*
Lisboa, 21/10/1996 - DEMARCAÇÃO E INDEPENDÊNCIA TOTAL DA CIÊNCIA SAGRADA - A actual ciência de ponta , em que as teorias se sucedem umas às outras - termodinâmica , física quântica, teoria do caos, etc - dá a imagem da própria natureza da CO e do beco sem saída onde se meteu desde que existe.
Se é difícil à ciência reconhecer que está num «cul de sac», não seremos nós , inocentes seres humanos, suas vítimas passivas, que tem obrigação:
a) de os ler
b) de lhes ouvir e aturar os discursos ininteligíveis
c) de lhes ouvir e aturar as teorias sucessivamente falhadas e substituídas
d) de perder o nosso precioso tempo com os seus (deles) impasses e descaminhos.
E muito menos vamos admitir que a CO - falida e metida num buraco - seja quem irá decidir:
o que vale e não vale no âmbito das ciências sagradas
quem é quem e quem não é quem
o que se pode pensar, dizer, escrever e fazer no âmbito das ciências sagradas
CRIMES E ASNEIRAS DE UMA CIÊNCIA IMPLICAM TODA A CO - «Os fracassos da medicina não têm que ver com os sucessos da física, os fracassos da física não têm que ver com os sucessos da estatística ... e assim sucessivamente.»
Este - sindroma de Pilatos - é um sofisma da CO que os militantes da ciência sagrada não admitem.
Toda e qualquer burrada de uma ciência particular implica todas as outras. Apesar do plural, a CO é mesmo uma. Toda a ciência hoje é cúmplice da falência técnica da Medicina, por exemplo. Mais: toda a ciência é cúmplice das aplicações tecnológicas criminosas .
Pelo crime nuclear , é toda a ciência que responde e não só o responsável subalterno da central nuclear A, B ou X que decide ir pelos ares.
- Até à sua total falência técnica , a CO nunca há-de resolver a contradição de base que a mina e com que nos tem contaminado a nós: explicar o Todo analisando as partes.
- Outra contradição insolúvel - corolário da anterior - é o caminho irreversível da complicação em que a CO se meteu, quando o caminho lógico da sabedoria - e portanrto das ciências sagradas - é o da simplificação .
Explicar, para a ciência sagrada, é simplificar
Explicar, para a CO, é complicar.
*
Lisboa, 21/10/1996 - Escreve Prigogine : « Richard Feynman confessou um dia que ninguém «compreende» a teoria quântica. É caso único na história das ciências. Vamos dar alguns elementos que permitirão uma melhor compreensão.»
(Ilya Prigogine, in «O Fim das Certezas», Gradiva, 1996)
São estes luxos que nós, leitores, aturamos e pagamos . E se fossem todos, préquânticos, quânticos e pós quânticos berda merda?
Ainda :
«Como resolver este paradoxo?» pergunta , pela milésima vez, Ilya Prigogine, com se o leitor fosse o culpado de a ciência deparar com mais um paradoxo.
A pergunta de Prigogine é a pergunta de todos os cientistas mais vezes repetida. É só paradoxos, por onde quer que se voltem.
Mas quem, senão a ciência, gerou esses paradoxos, sem nunca ter percebido que a sabedoria do Tao Te king, por exemplo, reside na sabedoria dos paradoxos.
Se não aguentam, demitam-se.
*
Lisboa, 21/10/1996 - Com um desprezo próprio de quem anda com a barriga cheia, Ilya Prigogine fala assim deste «aparelho de medida que nos serve de intermediário com o mundo quântico» (palavras suas). Como devem ter reparado, o tal aparelho é...o ser humano.
E conta a seguinte história da Carochinha:
«Imaginemos um padre ou um medium a comunicar com um outro mundo: as mensagens que nos transmite, tanto quanto as compreendemos, têm para nós um sentido, mas seríamos incapazes de aceder às fontes que as engendraram no outro mundo.»
E voltando , reconciliado, às limitações da ciência e seus aparelhos, conclui tranquilo:
«Do mesmo modo, para Bohr, é preciso evitar a atribuição de um valor explicativo à função de onda, evitar a ideia que ela dá conta do mundo quântico. Ela não representa o outro mundo mas as nossas possibilidades de com ele comunicar.» (pg.50)
A forma desprendida como a CO trata o ser humano enquanto instrumento de medida das energias, assinala o seu receio de estar a tocar em área explosiva (perigosa).
De facto, a ciência sagrada - ao contrário das mil ciências profanas - sempre disse que o ser humano era o instrumento privilegiado de acesso ao mundo das energias, desde o micro ao macrocosmos.
Sempre disse que o ser humano era o aparelho de medida, detecção, informação e avaliação por excelência.
E se mais nada houvesse para demarcar, definitiva e radicalmente, a ciência sagrada da CO, este «pequeno pormenor» bastaria.
Se a CO tem apenas aparelhos para captar energias do espectro electromagnético, o ser humano é o aparelho capaz de detectar as do espectro e também além e aquém do espectro.
Depois da palavra «holístico» a palavra quântico é a mais maleável que apareceu no mercado das energias.
Liga-se, como adjectivo, a uma série de circunstâncias. Vamos à lista:
Observação quântica
Era quântica
Diarreia quântica
Mundo quântico
Área quântica
Cura Quântica
Medicina quântica
Ciência quântica
Ideia quântica
*
Lisboa, 22/10/1996 - O simples yin-yang - 7 letrinhas apenas - consegue resolver mais problemas de saúde por minuto do que as 23 mil vocábulos da nomenclatura médica oficial alguma vez resolveram ou virão a resolver, em nome do rigor científico.
Alguma coisa está errada (e podre) neste reino da dinamarca, num sistema e num discurso que perverte os próprios objectivos que diz propor-se.
O último refúgio da CO são as ciências exactas , pela simples razão de que nesse meio liofilizado e asséptico não há seres vivos, não há seres humanos, que são sempre, para a CO, o elemento perturbador por excelência e que é preciso descartar dos laboriosos laboratórios onde o rigor - dizem - é regra .
Onde a CO revela a sus estrutural perversão é, de facto, no âmbito das chamadas ciências humanas que, como se tem dito, melhor se chamariam ciências desumanas.
A CO no campo das ciências ditas humanas representa, com efeito, a quintessência da perversão, num século em que essa quintessência já fora conseguida por outras vias, nomeadamente o advento do virtual.
- Entre os sinais de perversão mais característicos salienta-se este: a CO adopta , aparentemente, hipóteses e teses que a contestam para lhes dar a volta e colocá-las de novo ao serviço.
Um caso exemplar é a busca de um novo paradigma . Há um século, alguns sujeitos ligados à CO começaram a clamar que era necessário um novo paradigma de pensamento e comportamento, porque as coisas , segundo os padrões clássicos, iam de mal a pior e começavam a dar resultados pouco decentes: nomeadamente nas consequências da ciência e da tecnologia sobre o ambiente e sobre a própria integridade do Planeta Terra: tudo muito pouco consentâneo com a imagem de aparente dignidade que a dita comunidade científica reclama para si mesma, como se mais ninguém sobre a terra fosse digno e honesto.
E não tardou que a insaciável voracidade da CO abocanhasse também a «revolução do paradigma» para a reaccionar.
Criticada por ser muito fechada, a CO dá-se ares de que vai «alargar» , estendendo pontes através dos prefixos «inter» (disciplinaridades) e «trans» (disciplinaridades): não tardou que a globalização e alargamento da ciência se fizessem matéria de mais uma especialização. E quem diz especialização diz gíria secreta, colégio interno de iniciados onde ninguém penetra sem autorização de vários júris e exames, sem a benção de vários ritos de passagem.
- Outro bom exemplo de recuperação é o da chamada e alegada Ecologia .
Quando a única tese da ecologia era que se tratava de mudar de civilização (modelo ou paradigma) e não mudar esta civilização, logo equipas muito diligentes de cientistas atarefados (sempre largamente subsidiados por multinacionais do petróleo, construtores de centrais nucleares ou de farmácia) se propuseram moderar a tese e fazer crer que, para a ecologia mesmo radical, se tratava apenas de fazer algumas alterações de cosmética neste modelo, neste paradigma, neste padrão civilizacional.
Reduzida a ecologia à sua caricatura - ordenamento do território, luta antipoluição, avaliação de impactos ambientais, etc - ou ao seu contrário - engenharia do Ambiente, engenharia genética, etc - a «pax mundi» foi outra vez estabelecida com a ciência por cima a comandar as operações, a fornicar-nos a paciência e a destruir o Planeta.
Há nomes distintos nessa operação de cosmética que a CO pratica sempre com a maior desenvoltura, nomeadamente Hubert Reeves , Joel de Rosnay, Edgar Morin e tutti quanti.
- Uma vertente que ronda a hipocrisia é a daqueles cientistas com pendor democrático, sempre prontos a mostrar o papel da CO no desenvolvimento da democracia ocidental...
Depois de Bertrand Russell, eis que Carl Popper ganhou a sua popularidade à conta disso e, mais recentemente, Ilya Prigogine, no meio de esotéricas fórmulas de física pós quântica que só ele entende - lá solta uns ganidos elogiando os objectivos democráticos da nobre civilização greco-romana-ocidental-cristã.
Modelo de tirania policial, não há dúvida que a CO tem uma autoridade moral extraordinária para falar em liberdade e em democracia.
- O que os enerva, num discurso como este manifesto, é que ele sopra - tal como o Espírito - como quer e onde quer.
Não se subordina a nenhum dos códigos de regras que através dos séculos os legisladores da inteligência têm arquitectado para defender as suas inexpugnáveis fortalezas.
É o meu direito à Asneira a ao Insulto que os assusta. Porque eles queriam esse direito só para eles.
*
Lisboa, 23/10/1996 - Quando alguém designa por « ciências do maravilhoso» as ciências sagradas , está a valorizar uma característica dominante destas ciências: o seu lado mágico e fascinante.
Por contraste com as secas da CO, de facto, estas são as ciências do maravilhoso. O que as torna, por um lado, malditas e por outro lado apetecíveis - nomeadamente aos media que as exploram de maneira obviamente obscena.
Os da CO servem-se desse abastardamento a nível mediático para cantarem vitória e dizerem que as CS são o folclore dito ocultista de colecções, autores, fascículos, vídeos em profusão por bancas e livrarias.
Devolver à ciência sagrada o seu estatuto de única ciência e os seus pergaminhos de nobreza já não agrada tanto aos donos da CO.
Lisboa, 23/10/1996■
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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