sábado, 3 de janeiro de 2009

SINAIS 2012

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quarta-feira, 19 de Junho de 2002

Física: Teletransporte de luz conseguido na Austrália

Uma equipa de cientistas australianos afirma ter realizado pela primeira vez uma experiência de teletransporte de luz - transmissão à distância e instantânea de informações e de partículas. O anúncio foi feito pelo próprio ministro da Ciência australiano.

Para esta experiência, a equipa da Universidade Nacional Australiana (ANU), em Camberra, que inclui também cientistas europeus, fez o scanning de um raio laser no qual tinha previamente introduzido um elemento de informação, um sinal rádio.

Em seguida, os cientistas destruíram este raio laser, deixando apenas o sinal rádio, que foi depois enviado para uma estação de recepção situada a um metro de distância. Nove nanossegundos (nove milésimos de milionésimo de segundo) mais tarde, explicou o físico australiano Ping Koy Lam, a estação recebeu a réplica exacta do raio laser, com o sinal de rádio incluído.

Ainda que a experiência tenha ocorrido numa distância muito curta, os cientistas conseguiram provar a possibilidade de teletransportar a luz, um cenário até aqui só imaginado pela ficção.

Segundo os investigadores, o teletransporte poderá servir de base ao desenvolvimento de novos tipos de calculadoras, as calculadoras quânticas, que seriam entre um milhão e mil milhões de vezes mais rápidas que as actuais.

A história do teletransporte começa em 1997, quando duas equipas, uma da Universidade de Innsbruck (Áustria) e outra da Universidade de Roma, conseguiram teletransportar o estado quântico de um fotão, isto é, os elementos que constituem a sua identidade.

Os cientistas partiram dos princípios da mecânica quântica (a física do mundo subatómico), em particular de um artigo de Einstein, Podolski e Rosenberg (EPR), que relata uma experiência, impossível de realizar em 1935, e na qual as partículas agem uma sobre a outra instantaneamente e à distância.

Duas partículas, por pouco que tenham interagido, ficam unidas para sempre por um laço misterioso. A acção de uma influencia forçosamente a outra, mesmo que estejam afastadas por vários milhares de quilómetros.

Uma vez que tal fenómeno parecia ser impossível, Einstein, Podolsky e Rosen concluíram na altura pela existência de entidades ocultas que assegurariam uma ligação entre as partículas, uma explicação que ficou conhecida como o paradoxo de EPR".

No início da década de 80, os físicos dispuseram da técnica necessária para realizar esta famosa experiência EPR. A equipa de Alain Aspect, da Universidade de Orsay (França), foi a primeira a demonstrar o erro de Einstein: as partículas interagem uma com a outra à distância, mas sem a ajuda de entidades misteriosas. Tornou-se então possível iniciar experiências na área do teletransporte, já que, se as partículas interagem, deverá ser possível fazer com que comuniquem entre si.