sexta-feira, 24 de outubro de 2008

IDEIAS AC 2012

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Transcrevo aqui a mensagem do meu heterónimo Afonso Cautela publicada no blog da Ambio Archives

A CONSPIRAÇÃO DOS ANTI-CONSPIRACIONISTAS
segunda-feira, 31 de Outubro de 2005

Se é conspiracionismo indagar a causa (primeira e última) que provoca determinados efeitos (fenómenos ou sintomas) no meio exógeno e endógeno da vida, então agradeço aos dois estimados ambionautas - Henrique Pereira dos Santos e Carlos Aguiar – o rótulo de «conspiracionista» que me propincuaram, quando de uma vez (em Agosto) procurei a causa dos incêndios e, de outra vez (já em Outubro), a causa do surto das endemias e pandemias virais ou equivalentes com que o sistema nos vai indrominando.
Recordando os anos heróicos dessa pesquisa da causalidade em vez da sintomatologia vigente – causalidade a que chamei ecológica – sublinho que, no auge do PREC, procurar a causa fosse do que fosse era logo rotulado de fascista.
O «conspiracionismo» hodierno é uma forma suave de dizer o mesmo.
Depois, quando os verdes usurparam o nome do movimento ecológico português e entraram no mercado (lembram-se da Maria Santos, essa carinha larocas que do Parlamento português saltou com grande agilidade para o Europeu, via verde?) deixámos de ser fascistas e passámos a fundamentalistas: o deputado Almeida Santos, em livro pró-ecologista intitulado «Vivos ou Dinossauros?», Ed. Europa América, 1994, alertava para os perigos do «fundamentalismo».
A coisa só melhorou quando veio da Grã Bretanha, em língua inglesa de Oxford, a «deep ecology»: como nunca fiz outra coisa na minha vida de filósofo, fiquei muito contente com a «deep ecology» que o dicionário me traduziu para «ecologia profunda».
Entretanto, quando entrei, em 16 de Setembro de 1996, na minha merecida reforma de filósofo jornalista, perdi um bocado o treino dessas trepidantes polémicas com o meio ambiente.
Convenci-me de que, finalmente, as armas estavam «em boas mãos» (como as do Otelo, lembram-se?) e descansei.
Dediquei-me a tarefas mais produtivas (espero que também conspiracionistas) : tratar da minha tribu de gatinhos, por exemplo.
Mas o Carlos Filipe Marreiros da Luz, que tem espiado todos os meus passos e tropeções (seguiu, semana a semana, a minha Crónica do Planeta Terra, durante 12 anos!) não descansou enquanto não arranjou um pretexto, na revista «Única» do «Expresso», para me denunciar como antigo conspiracionista à procura da causa causal para os efeitos, nomeadamente em matéria daquilo que, à falta de melhor, eu baptizei de «ecologia humana».
E foi assim que ele, Carlos Filipe, me convenceu a inscrever-me na Ambio Archives, onde, em 22-07-2005, fui muito bem recebido pelo Miguel Bastos e onde facilmente ultrapassei as dúvidas técnicas do início.
Li sempre as mensagens dos ambionautas e quando me citavam as minhas, achava que sim, que tinham razão nos reparos. Só que «burro velho não aprende línguas» e eu já não tenho idade de mudar de conspiracionista para colaboracionista.
De qualquer maneira agradeço ao Henrique Pereira dos Santos e ao Carlos Aguiar o rótulo que me propincuaram, embora, este último me coloque em muito boa companhia.
Vale a pena transcrever o parágrafo que ele me dedica:

««A tentativa de demonstrar que a gripe das aves, e abusivamente, muitas pandemias microbianas, têm como causa maior uma sociedade despropositada que usa e abusa dos outros seres vivos insere-se num perigosa visão conspirativa do funcionamento das sociedades modernas que sistematicamente emerge na AMBIO. Este vício de pensamento esteve e está incrustado em muita gente, desde ecologistas a junkies, passando por empresários, académicos e políticos; se quiserem, desde a Cabala ao Dan Brown, intermediado pelos livros dos anos 70 e 80 com ovnis e paleo-sociedades evoluídas, supostamente contemporâneas dos bandos de "idiotas" que se dedicavam a chupar o tutano de peças de caça. »»

Fico francamente satisfeito com a companhia, por ordem dos meus favoritos:
-Cabala – espero bem que ele se esteja a referir à Kaballah, a ciência central das 12 ciências sagradas, e ao estudo da qual dedico umas horas por dia;
-Ecologistas – também, como é óbvio, me agrada a companhia;
-Empresários, académicos e políticos – antes assim que pior: até gostava de saber os empresários que alinham na conspiração para lhes pedir emprego;
-Junkies – sinceramente não sei o que são, mas desde que não tatuem os braços nem ponham brincos no nariz – não me importo nada da companhia
-Ovnis e paleo-sociedades evoluídas – mais de metade da minha bibliotecazinha de 3000 livros, é sobre esses companheiros do maravilhoso – só de OVNIS, guardo 30 títulos
-Só o Dan Brown é que não, amigo Carlos Aguiar, já chega de Dan Brown, verdadeira pandemia destes tempos-e-mundos.
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Com os alertas do Carlos Aguiar e do Henrique Pereira dos Santos já dá para rever toda a minha programação interior. Concluo que devo formatar o meu disco rígido. E conformar-me com a dominante new age de chamar «conspiração» às hipóteses de trabalho (sergianas, valha-me Deus!) que pesquisem a causa dos efeitos.
A sensação que tenho, percorrendo as mensagens, é que de facto há ambionautas que andam à procura dos conspiracionistas que surgem on line na Ambio Archives.
É que tem todo o ar de conspiração anti-conspiracionistas...
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Já agora, mais uma palavra sobre a minha experiência entre ambionautas: além da inexcedível cortesia do Miguel Bastos, tudo é bom, excepto aquelas mensagens cheias de sinais cabalísticos e que regra geral querem tratar sempre de salvar qualquer coisa e que caem na nossa caixa de correio.
Quando li as normas de netetiqueta da Ambio, fiquei convencido que alguns ambionautas não iam aproveitar os endereços dos outros para mandar esse tipo de mensagens cheias de sinais >>> e que, por mais que leia, não consigo perceber nem a intenção nem o conteúdo.
Falha minha que resolvo com um click para a ecológica reciclagem.
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Resumindo e concluindo, quanto ao tópico desta mensagem:
Se é conspiracionista
-considerar o aviário uma coisa abjecta
-defender os direitos dos animais mais do que os dos humanos
-pôr como causa das modernas patologias as poluições químicas em geral e algumas em particular (medicamentos, vacinas, antibióticos, hormonas, o diabo mais a tia)

então sou conspiracionista e do piorio.
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Concluindo: para quem pede, como pede Carlos Aguiar, «falemos com seriedade de assuntos sérios», deduzo que será de uma grande seriedade meter no mesmo saco, como ele faz:
-«domesticação» e «aviários» (sofisma flagrante e pouco sério);
-bactérias, protozoários, vírus, peste negra, malária, febre amarela, gripe e, como se fosse pouco, mais cabala, don brown, credo abrenúncio!...

Afonso Cautela

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Posted by artigot to ARTIGOT NEWS at 10/31/2005 10:55:00 AM

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