quinta-feira, 30 de outubro de 2008

IDEIAS AC 2012

1-1-biocidio-3>-cautela> intuições ac nunca desmentidas publicados ac 1972/1973

11-11-1990

DO BIOCÍDIO À BIOCRACIA(*)

[Escrito em 1972/1973 - ano das «aparições» - este texto resume as teses sobre Biocídio e Biocracia então elaboradas e foi publicado na colecção Mini-Ecologia, caderno nº 3, «Do Biocídio à Utopia Ecológica». É, de facto, uma tese maldita, que até hoje nunca vi desmentida mas tão pouco vi também apoiada ou discutida: tal como num tacho quente, nem com um trapo lhe mexem.]

Uma teoria unitária da vida e da morte, do princípio e do fim, do orgânico e do inorgênico, do individual e do colectivo, do bem e do mal, da imaginação e da ciência, da inteligência e da poesia, na sua indissolúvel relacionação dialéctica, eis o que se propõe o autor deste ensaio.
Partindo de um facto - o Biocídio sistemático e deliberado do nosso tempo - , demonstrado por centenas de notícias recolhidas da imprensa mundial nos últimos 10 anos (1963-1973), o que se pretende é estabelecer uma relação profunda entre essa constante da civilização moderna e a constante paralela que se pode cifrar neste neologismo: Biocracia.
[É como se, pela biocracia e pela vida de laboratório, o sistema se tentasse redimir do crime de biocídio sistematicamente praticado, a Leste e a Oeste].
A tese fundamental deste ensaio é que a Biocracia, a manipulação da vida é o recurso emergente e reaccionário utilizado por um sistema estruturalmente homicida, para ocultar com «vida de laboratório» as vidas que efectiva e realmente vai destruindo.
As demiúrgicas ambições de criar, manipular, gerar vida no laboratório, bébés-provetas, transplantações de órgãos, proteínas a partir do petróleo, homens-robots e outras fantasias de feira, são apenas a suprema, derradeira, demagógica e paroxística operação a que o sistema deita mão para ocultar crimes sistemáticos e para sobreviver, sabendo que não pode, por estrutura e natureza, sobreviver um sistema que se caracteriza pela sua perpétua autodestruição,
Eis porque a Biocracia será apenas o outro lado do Biocídio.
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(*) É um ambiente inegavelmente atraente para ficcionações, narrativas do ano 3000, fabulosas efabulações, ligando-se a todas as metáforas orgânicas e metabólicas: se essa da teoria unificada era um tanto ambiciosa e megalómana, não deixa no entanto de continuar vivaz a intuição que lhe preside: os pontos cruciais ou multiplamente abrangentes acabam por ser sistematizáveis numa eventual EH. Da qual continuamos, sem saber, a ser Cobaias. [Repesc., 11/11/1990]■

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