quarta-feira, 22 de outubro de 2008

SUBLINHADOS 2012

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01.04.1998

OS CINCO ELEMENTOS SEGUNDO MARK DUKE

Fígado
Segundo a medicina tradicional chinesa, citada por Mark Duke, o primeiro órgão é o fígado, sede da ira e que acumula o sangue. Tem cheiro rançoso, sabor azedo e cor castanha nas correspondências. Abre-se para o exterior pelos olhos e produz lágrimas. Alimenta as unhas e, no ciclo generativo, gera o coração, tal como a madeira gera o fogo.
Regula os pulmões, que o destruiriam se conseguissem funcionar independentemente, da mesma forma que o metal (o elemento dos pulmões) destrói a madeira.
Na hierarquia dos cinco elementos, o fígado é representado por um general cujo dever é dirigir as operações num campo de batalha. Os fluidos vitais do corpo são filtrados pelo fígado. Os que são necessários encaminham-se para os pulmões, os que não são úteis são eliminados pela vesícula, a víscera correspondente ao órgão fígado.
O fígado considera-se o primeiro órgão, porque, tal como o seu elemento madeira, é ímpar no que respeita a características e funções. A madeira é um elemento vivo, o revestimento externo das plantas em crescimento. Os outros elementos constituem os objectos inanimados do universo, mas a madeira é uma reserva viva.
A circulação harmoniosa dos elementos começa com a madeira, de modo que todas as substâncias lhe podem ser atribuídas. A função do fígado no corpo é igualmente importante, um facto bem conhecido tanto dos médicos ocidentais como dos chineses.
A pesquisa científica moderna revelou que o metabolismo do corpo é controlado pelo fígado, tal como a teoria médica tradicional chinesa estabelece. Todos os outros órgãos são secundários quanto a esse respeito.
Os pulmões, por exemplo, aspiram oxigénio, que irá, no final, abastecer o fígado; e o coração, que não passa de uma bomba», faz o sangue enriquecido circular para o fígado. Mas é o fígado que dita o ritmo no qual os outros órgãos realizam as suas funções e que mantém a circulação adequada de alimento para todas as partes do corpo.
Biliões de células do corpo sofrem transformações químicas que criam energia. A energia é usada para produzir novo material que substitui as células mortas. O fígado regula esse processo criador e inicia a reacção em cadeia que finalmente gera um ser humano vivo. Embora desconhecessem as razões «científicas» da sua importância, os antigos chineses, baseados na sua intuição e percepção, concluíram que o fígado era vital para o bem-estar do complicado organismo humano.

Coração
O coração, correspondente ao elemento fogo, cheira como torrada, tem sabor amargo, cor bem vermelha e a sede da felicidade. Contém o espírito do homem e provê o pulso. O coração «produz» sangue, gera o baço e controla os rins. A sua abertura é a língua e o seu fluido é o suor. Alimenta a pele. Tem como correspondente Fu, o intestino delgado. Na hierarquia dos orgãos estabelecida pela medicina tradicional chinesa, o coração funciona de imperador na sociedade. Emanam dele sabedoria e discernimento. Com o Fígado, o Coração guia a conduta do homem para com a mulher.

Baço
O orgão da terra é o baço. É amarelo, de sabor doce e tem cheiro agradável. O baço é o centro do pensamento e acumula a nutrição do corpo, assim como a terra acumula o alimento do homem. Corresponde ao estômago e, juntamente com ele, actua como o guardião dos celeiros reais - sentinelas que guardam os armazéns do imperador. O baço produz carne e controla o fígado. Cria e dirige os cinco sabores e ajuda a digestão. Abre-se ao exterior pela boca e o seu fluido é a saliva.
Na ordem generativa dos cinco elementos, o baço gera os pulmões que correspondem ao elemento metal (às vezes traduzido como ar). Os pulmões têm um sabor «quente», cor branca e cheiram como peixe cru. Acumulam energia e são o centro da tristeza. O seu Fu correspondente é o intestino grosso e suprem alimento para a pele. Do lado de fora do corpo, são visíveis como o nariz e produzem secreções nasais. A função dos pulmões é comparada à dos administradores: mantêm a ordem no corpo.

Rins
O quinto e último dos órgãos ts'ang são os rins. São pretos, têm sabor salgado e cheiro pútrido. A vontade humana vive dentro deles e são a rede de todos os temores. «Geram» o fígado e «controlam» o baço. Os rins actuam com grande eficiência, como um ministro do trabalho que usa a inteligência para controlar a força. Correspondem ao elemento água e relacionam-se com a vesícula.

Triplo Aquecedor
Dois outros órgãos, segundo a medicina chinesa, habitam o corpo: o «triplo aquecedor» e a «porta da vida».
O «triplo aquecedor» é considerado no «Nei Ching» como o «sistema de esgotos» humano. Outras fontes atribuem-lhe a capacidade de motivar os fluidos vitais entre os vários órgãos sólidos e ocos e outros ainda asseveram que o «triplo aquecedor» é o elo entre o homem e o universo. Parece que ajuda a controlar os outros órgãos. O terceiro e mais «alto» dos três, o «espaço abrasador superior» impede que o alimento deixe o estômago. O espaço abrasador médio ajuda a digestão no intestino delgado e impele os produtos do processo digestivo para os pulmões. Também cuida do intestino grosso, do fígado, baço e bexiga. O espaço abrasador inferior é responsável pela excreção dos detritos.
O «triplo aquecedor» é um órgão yin: Em relação com a sociedade, é como o funcionário encarregado dos rios, lagos e regatos. Comparam-se as funções do «triplo aquecedor» com as do sistema linfático.

Porta da Vida
A «porta da vida» é yang e repousa nos rins. No macho produz o sémen e na fêmea realiza a função do útero. Médicos chineses modernos identificam a «porta da vida» como o órgão da circulação e do sexo. Ela e o «triplo aquecedor» são identificados pela função e não pela estrutura. O «triplo aquecedor» faz circular energia nervosa e calor, enquanto a «porta da vida» põe em movimento o sangue e os fluidos sexuais. A «porta da vida» pode ser comparada a um embaixador de feliciade e alegria.
Resumindo, Mark Duke escreve sobre os cinco elementos:
Já que a natureza inicia o seu ritmo na Primavera, o corpo inicia as suas funções no fígado. O elemento madeira estabelece um paralelo entre os dois. O que começa na Primavera floresce no Verão e o fígado «gera» o coração, que corresponde ao Verão e ao Fogo. O coração gera o baço e o Verão estende-se atá ao Verão tardio (a estação extra). O Verão tardio e o baço são representados pelo elemento terra. O Verão tardio tornou-se Outono: e assim o baço gera os pulmões e o Outono e os pulmões correspondem ao metal. O metal cria a água; assim, os pulmões geram os rins e o Inverno sucede-se ao Outono.
O médico chinês sabe que, na natureza, uma perturbação no Inverno é causada por alguma coisa que andou mal no Outono. O Inverno é a estação dos rins.
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Bibliografia breve:«Acupunctura», Marc Duke, Ed. Livros do Brasil, 1972

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