4055 caracteres mde1>= mundo das energias-manifesto>gabinete de ideias> biblioteca 2000>
Lisboa, 31/4/1996
A SUPERSTIÇÃO DOS CIENTISTAS
Vários nomes, através dos tempos, foram dados às energias «desconhecidas» por várias disciplinas organizadas.
Em anexo deste texto, damos um primeiro inventário com meia centena de palavras que pretendem ser sinónimas e que pretendem referir-se à mesma área dita psíquica (desconhecida).
Quando se sai do mundo físico e se entra no mundo das energias menos condensadas, é a confusão total e generalizada das ciências que levaram séculos a estudar a matéria e que só neste século se aventuraram no imaterial, através da Psicologia.
A Psicologia - ciência da psique - é o primeiro grande contributo moderno à confusão.
Mas outros se seguiram e hão-de seguir-se, usando os nomes mais variados para designar e nomear o invisível, aquilo que os cinco sentidos ainda não captam. Todas as ciências se mobilizaram para esse efeito e a confusão das línguas foi tal que se julgou, finalmente, assistir na realidade à lenda de Babel.
Falam todos do mesmo, ou julgam falar do mesmo. Mas cada um, agarrado à especialidade científica que lhe coube, usando a nomenclatura própria da mesma especialidade e da mesma ciência, só consegue aumentar a confusão sua e dos outros.
Todos falam do mesmo ou julgam falar do mesmo. Em nome da Física Quântica, em nome da Parapsicologia científica, em nome da Psicologia Transpessoal e da Sofrologia, em nome da Psicologia Clínica e da Psicanálise de Freud, em nome da Sincronicidade de Jung (e seu inconsciente colectivo) ou em nome da Teosofia de Helena Petrovna Blavatsky e de Annie Beasant, todos julgam falar do mesmo: a Energia, Deus, a Criação, a Holística, Brahma, Ki, o Universo do diverso, o Uno indivisível, a Mónada.
Em nome das pequenas psicoterapias (mais de mil), em nome do Espiritismo (distribuído por escolas as mais diversas), em nome do Ocultismo, em nome das Ciências esotéricas, em nome do Paranormal, em nome da doutrina secreta (Blavatsky), em nome do realismo fantástico (Jacques Bergier/Louis Pauwels) e do surrealismo (A. Breton), todos tentaram falar do mesmo: o que se seguia ao corpo visível e se sumia nas profundezas do indetectável, do invisível, do inacessível aos 5 sentidos.
A descida aos infernos da profundidade humana tem suscitado uma verdadeira Babel de livros, linguagens (científicas), nomenclaturas, um verdadeiro caos, a confusão total.
E até em nome da teoria do Caos (a mais caricata das teorias científicas) eles julgam falar ainda do mesmo: a divindade que nos criou, os campos de morfogénese cósmica que são todos os seres existentes, se somos fantasmas indefinidamente auto-reproduzidos ou se temos, de facto, existência real para lá e para cá das aparências.
Os hierofantes egípcios chamaram a esse para cá e para lá do que materialmente somos, a Eternidade.
Todos julgam, entretanto, falar do mesmo. E vai crescendo o número de autores, livros, ciências, nomenclaturas. E vai aumentando a balbúrdia, a torre de Babel, a confusão, o Caos.
Todos julgam, têm julgado, através do último século, falar do mesmo e todos julgam ter a verdade única ou a verdade composta por várias verdades dispersas.
Chamam então supersticiosos aos que não alinham na sua nomenclatura. A linha de Oscar Gonzalez Quevedo, Domingos Moreira, José Ruiz de Almeida Garrett, todos professores doutores para impressionar, chamam supersticiosos a tudo o que não vem com a chancela daquilo a que chamam ciência.
A linha destes catedráticos em «parapsicologia» é uma verdadeira esquadra de polícia: chicotada que ferve a quem não se provar que vem com diploma em psicologia e varapau, a torto e a direito, para todos os que, pela fé, pela intuição, pela espontânea entrada numa determinada frequência vibratória não têm o aval destes gendarmes e chulos de Deus.
Mas os que se apresentam fora deste quadro universitário, também não se mostram com rosto mais humano: é tudo arrogância, de cada vez que utilizam os palavrões difíceis de que só eles sabem o segredo glossarial.
É urgente inventariar uma lista desta verborreia, herdada principalmente da nomenclatura médica que é a mais longa, chata e inútil de todas as nomenclaturas ditas científicas.
Lisboa, 31/4/1996
domingo, 26 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário