15-2-1998
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IDEIAS ECOLÓGICAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO AUTOSUSTENTADO E DEMOCRÁTICO DE CABO VERDE
Apontamentos para um manifesto das tecnologias alternativas
Revisão da matéria dada em 10 pontos críticos:
1 - A lógica do crescimento económico em ritmo exponencial e logarítmico leva inevitável e logicamente à destruição insensata de recursos e à voragem de bens que delapidam irreversivelmente o suporte físico do Planeta Terra.
2 - A proibição de produtos perigosos em determinado país leva inevitável e logicamente ao procedimento clássico que é o das multinacionais fabricantes desses produtos, que se limitam a desviar o seu envio para países onde os movimentos de consumidores não têm expressão nem força para obrigar à proibição dos referidos produtos.
3 - Os mitos do sistema - a superestrutura ideológica que se expressa no discurso da classe tecnocrática dirigente - são os verdadeiros governantes do cidadão, visto que o governam por dentro, instilada no subconsciente e no inconsciente através da propaganda dita também publicidade e da publicidade dita também propaganda.
A arte de manipular o próximo torna-se assim a técnica mais usada num mundo que tanto fala de tecnologias de ponta (astro-espaciais, nucleares, informáticas, etc.) Ainda que não se note, é a técnica de manipular o próximo - dita Engenharia Humana - que supera, no mundo moderno, todas as tecnologias. O sistema de mitos que nos governam, tem alguns que privilegia, tais como: o «novo», o «jovem», o «belo», o «estatístico», o «científico», o «democrático», etc.
4- A retórica ambientalista sobre poluição agrada sobremaneira ao sistema devorador de ecossistemas, por duas razões: a) Porque conduz inevitavelmente à necessidade da (guerra) antipoluição, só por si uma nova indústria, mãe de muitas indústrias, um novo ramo tentacular do sistema capaz de lhe prorrogar indefinidamente a existência, por um efeito multiplicador de «feedback», novas indústrias poluentes que requerem novas indústrias antipoluentes que, poluindo, requerem novas indústrias antipoluentes, etc.
b) Porque desvia as atenções do público para o acessório, o secundário e o terminal, evitando assim que a questão fundamental se coloque da única maneira incómoda e subversiva em que deve ser colocada: é com efeito a lógica central do sistema o que o ecologismo deve analisar e denunciar e não as suas múltiplas e aparentes consequências periféricas.
Concentrando as atenções no essencial (a lógica do sistema devorador de ecossistemas) e não no acessório (as poluições), o ecologismo nada tem a ver com as suas contrafacções chamadas antipoluição, defesa do Ambiente, ordenamento do território. conservação de espécies, política de parques e reservas, campismo-caravanismo, etc.
5 - CURAR, EDUCAR, LIBERTAR PELAS TECNOLOGIAS APROPRIADAS - Sempre foi uma intuição vigilante na «Frente Ecológica»[no realismo ecológico] a íntima conexão que existe entre pedagogia, terapêutica e tecnologias humanas, vendo-as quase como sinónimos. Para lá de uma psicologia esclerosada, de uma biologia fascizante nos seus mais recentes desenvolvimentos de engenharia genética, de uma sociologia que é apenas manipulação do homem cobaia do homem, enfim, para lá das ciências humanas que pulverizaram e reificaram, que degradaram e aviltaram o homem, eis que a reumanização só é possível a partir de algumas ideias-chave afins e convergentes, que se traduzam em práticas aplicadas quer na educação quer na terapêutica, isto é, na transformação humana do homem pelo homem. Nada disto é possível com base nos sistemas ideológicos do Ocidente. Toda a história ocidental, quer da Pedagogia, quer da Medicina, quer da Tecnologia, comprova que foi através dessas actividades que a desumanização atingiu o paroxismo moderno, a que já se chamou a Segunda Idade Média. Curar, educar, libertar - são verbos a conjugar simultâneamente.
6 - AS TESES IMPOPULARES - OS PARTIDOS E O DESEMPREGO - Os desempregados enquanto desempregados - e por muito estranho que isso possa parecer - não têm quem os defenda enquanto tal, enquanto força potencialmente subversiva. Eles servem de estandarte demagógico para os políticos continuarem a fazer-lhes promessas de emprego, ou como reservas de ameaça para os que. agora empregados, têm no desemprego o aviso duplo: de um lado, para suportarem melhor a opressão dos patrões; e, do outro lado, para reivindicar(mos) menos. [Sobre este assunto - «desempregados de todo o Mundo, uni-vos» - tratam dois cadernos da «Colecção 100 Dias»: Os números 3 e 5]. Um Banco de Empregos (oferta e procura) [ como o que o «Jornal dos Reformados» há tempo alvitrou] não é só uma ideia. Não é uma utopia: seria mais um passo para a autodefesa real do cidadão que vive, efectivamente, na marginalidade do seu País, embora quando se trate de lhe cobrar impostos, o Fisco vá a toda a parte, exija bilhete de identidade e morada certa... O desemprego seria já e só por si uma monstruosidade enquanto absurdo desperdício...energético. Mas ele é vinte vezes mais monstruoso porque o sistema o pré-fabrica, calculadaemente, cientificamente, porque não tem outra maneira de frear a inflação que, mesmo assim e apesar disso continua subindo em flecha para o infinito. Que houvesse cancro, poluição, desemprego, armamento, podia ser um azar, um erro, um incidente, uma ocorrência, um disfuncionamento como agora se diz; em princípio, remediáveis; o que os torna monstruosos e, em princípio, irreversíveis, é que o sistema precisa deles para continuar «progredindo» enquanto sistema. Por isso os fabrica: deliberadamente. Programadamente. Planeadamente. Esta autoflagelação é o «específico» deste momento histórico, o que lhe dá o carácter apocalíptico de beco sem saída. De fatalismo e fatalidade. De irremediáve e incurável. De intravável e irreversível. De suicídio. Para o qual só existe a saída das tecnologias apropriadas. Saída estreita, difícil, improvável, mas de qualquer maneira não utópica e a única realista, possível. Improvável mas possível.
7 - O Sindicato Nacional de Desempregados, ideia que a «Frente Ecológica» foi a primeira a lançar em Portugal e praticamente a única a defender, continua uma das reivindicações básicas específicas do realismo ecologista, [tal como durante anos se definiu nas edições «Frente Ecológica»], por isso tem sido e continua a ser ignorado por partidos de todas as cores e de todos os feitios, desde reformistas a revolucionárias. Criar e pôr em funcionamento, já, o Sindicato Nacional dos Desempregados é, portanto, uma boa ideia, uma exigência tipicamente ecologista, que o sistema abomina, já que de uma cajadada ajudaria a resolver vários, grandes e graves problemas de segurança e estabilidade, não só do trabalhador desempregado mas até e principalmente dos empregados. Um Sindicato Nacional dos Desempregados servirá não só para amparar os trabalhadores desempregados - oferecendo-lhes possibilidades e oportunidades de trabalho criador, nomeadamente artesanal, mas também a suscitar o autodespedimento voluntário dos que, por qualquer motivo, não gostam da ocupação que têm ou /e não querem engolir mais sapos vivos a que o patrão os obriga. A reforma antecipada é outra possibilidade que um Sindicato Nacional dos Desempregados deve dar aos seus sócios. Um Sindicato Nacional dos Desempregados (e seus desenvolvimentos) pode fazer abortar, de raiz, toda e qualquer retórica dos partidos de esquerda, centro e direita sobre desemprego, salários em atraso, falta de ocupção dos jovens, discriminação da mulher no emprego, etc, etc. Já repararam que a maior parte dos funcionários de partido perdiam o emprego se se pusesse em marcha e em pleno funcionamento um Sindicato Nacional dos Desempregados, que fundamentalmente criasse actividades artesanais de ocupação?
8 - Fazer de cada consumidor um produtor de alimentos essenciais básicos é um dos princípios defendidos pelo realismo ecológico, desafio lançado a toda a tenocracia agroalimentar que reina, no País, à esquerda e à direita e, no mundo, do bloco de Leste ao Oeste. Por estranho que pareça, esse princípio que os tecnocratas classificaram de «utopia» foi adoptado, em 1984, pela FAO, cuja comissão nacional em Portugal divulgou um comunicado surpreendente a celebrar o Dia Mundial da Alimentação, em que se fazia a apologia da exploração agrícola familiar.
De facto, desenvolver a produção agrícola em unidades de dimensão familiar, pode não só concorrer para aliviar o problema mundial da fome mas até mesmo «solucioná-lo», conforme se afirma no texto divulgado pela FAO em Portugal. Por estranho e paradoxal que pareça, esta organização das Nações Unidas, tão ligada a uma concepção tecnocrática da agricultura, aparece inesperada e subitamente a defender não os grandes latifúndios como estaria em consonância com a sua estratégia agroalimentar, mas a pequena horta doméstica, como solução para a fome no Mundo. Fazer de cada consumidor um produtor é o que movimentos ecoalternativos têm vindo a preconizar, sem que ninguém do poder os ouça. Desta vez, as teses ecologistas são subscritas pelo organismo das Nações Unidas - a FAO - mais conhecido por ter chamado histéricos aos defensores do ambiente que condenam os pesticidas.
9 - Aos conceitos de divulgação cultural, educação popular e alfabetização de adultos, contrapõe o realismo ecológico o conceito de «descolonização cultural», que engloba todas as práticas de autoindependência, autosuficiência, autogestão, autodefesa, autoconfiança, autocrítica, autocura, autoiniciativa, autodomínio e autocontrole. Ao conceito clássico e abstracto de educação, contrapõe o realismo ecológico a prática concretíssima da autoeducação. Ao conceito teórico e académico de ecologia e ciências do ambiente, contrapõe o realismo ecológico as técnicas e as práticas concretas (ecopráticas e ecotácticas) no campo alimentar, agrícola, energético, médico, educativo, etc.. À cultura como divertimento e à escola como tormento, contrapõe o realismo a necessidade que a pessoa humana tem de se emancipar e libertar das várias dependências com que a sociedade a escraviza. [ Em apêndice deste ponto, no directório «projects», pode ler-se o projecto de um curso ou escola de ecologia prática, local destinado a aprender as técnicas de autosuficiência]
Para um possível título deste manifesto das ta's:
-Dar às pessoas o poder
-Ciências humanas entre aspas
-O poder alternativo das ta's
-Desenvolvimento da liberdade
-Sair do atoleiro, já
-Saída de Emergência à sociedade da catástrofe
-Tecnologias de sobrevivência
-Contra o sistema devorador de ecossistemas
-Decálogo do realismo ecologista
-Aprender a ser autosuficiente
-Tecnologias apropriadas, já
[ARTES E OFÍCIOS QUE AINDA VIVEM - Consultando os arquivos de reportagens sobre artes e ofícios realizados na «Frente Ecológica», encontra-se uma lista de locais onde artesãos ainda sobreviventes constituem pólos de interesse para um projecto de reportagens que pretende inquirir sobre o diálogo entre o homem e a terra, sempre presente nas artes e ofícios que ainda vivem.]
[Não escapa ao observador atento, as profundas afinidades que existem entre as criações da tradição popular - ligadas à terra e às raízes - e as modernas concepções de equilíbrio ecológico do homem com o seu meio. Estas concepções surgiram, afinal, a partir do momento em que a praxis humana se efastou da profunda sabedoria que lhe permitia elaborar uma cultura, uma arte, uma indústria e uma tecnoologia em perfeita sintonização [sintonia] com os ritmos, exigências e modelos da Natureza. Só se começou a procurar na teoria ecológica, o que se foi perdendo na prática secular dos povos e das civilizações.]
[ NOVAS PROFISSÕES DE SAÚDE: O DIREITO AO LIVRE EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE PROFISSIONAL - Na defesa do seu direito ao exercício legal da actividade profissional, as novas profissões de saúde - ver
Noções «novas» relativas a estas novas profissões de saúde terão de ser procuradas nas publicações da OMS, onde se tem vindo a desenvolver, nos últimos (sete) anos, uma compreensão cada vez mais aberta à ecologia humana, pondo na ordem do dia noções tais como:
-Cuidados primários de saúde
-Equipas de saúde
-Qualidade de vida
-Recursos humanos de saúde
-Saúde ambiental
-Saúde pública
-Serviços básicos de saúde
-Serviços sanitários nacionais
HOLÍSTICA - ACTIVIDADES EXCLUÍDAS - Estão excluídas da área holística de saúde as actividades que, embora lícitas, não tenham uma base rigorosamente científica como Cartomantes, Taromantes, Quirólogos, Espíritas, Astrólogos, Parapsicólogos, etc. Não entram na Holística de saúde, portanto, actividades que, tendo embora procurado, insistentemente, misturar-se às terapêuticas naturais, não deverão ser admitidas, sob nenhum pretexto, sob esta designação, nem no estatuto que institucionalizará as técnicas holísticas de saúde e respectivas artes de curar. Não se encontram também abrangidas pelo conceito de Área Holística, as actividades e profissões que, dizendo-se embora de saúde, visam verdadeiramente combater a doença através de métodos químicos, cirurgia, radiações e vacinas, factores estes também completamente alheios a uma concepção holística da Pessoa Humana, integrada e globalizante.
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IDEIAS ECOLÓGICAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO AUTOSUSTENTADO E DEMOCRÁTICO DE CABO VERDE
Para um MANIFESTO DAS TA'S PARA O ECODESENVOLVIMENTO E O RENASCIMENTO RURAL
[ Contra projectos megalómanos, ditos de «desenvolvimento local e regional»] - O realismo ecológico afirma-se atento às notícias de planos que se dizem para «desenvolvimento das regiões», denunciando a tempo o seu carácter de macrocefalia congénita e propondo alternativas diversificadas concretas, tarefa esta especificamente ecologista [se acaso houvesse ecologistas em Portugal em vez de papagaios que, sob esse rótulo, se limitam a reproduzir as cassetes europeias da especialidade.] Caberia então aos ecologistas, calma e descontraidamente, a leitura crítica desses «planos megalómanos», apontando às populações o prejuízo deles advindo. Mais produtivo e construtivo do que reclamar e clamar contra «factos consumados» será protestar contra planos que, apesar de tudo, ainda há o mínimo de probabilidades de fazer górar...
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A economia dos pequenos aproveitamentos hidroeléctricos é uma das campanhas em que o realismo ecologista está empenhado, em resposta aos megalómanos do nuclear mas em resposta também aos megalómanos das grandes barragens. Como prova um estudo de Dália Lázaro, Luís Barros e Cunha e António Souza Sobrinho, apresentado ao Simpósio sobre utilização da água na produção de energia[em que ano?], as pequenas barragens são mais ecológicas mas também, o que é menos óbvio mas igualmente verdadeiro, mais económicas.
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Há conceitos no industrialismo extremamente complexos e ambíguos, que o não-alinhamento do realismo ecológico tem que desmontar. Mas a própria linguagem a que a desmontagem desses mecanismos obriga é o primeiro grande obstáculo: é impossível traduzir num discurso moderado os crimes da Tecnocracia e a radicalização crítica relativamente a ela. Ela mexe demais com a nossa vida e sobrevivência, para que alguém humano se mantenha frio e objectivo face ao inimigo principal que é o imperialismo industrial. A única maneira de não claudicar na abjecta linguagem - única digna da abjecção que descreve e analisa - é dar o «salto dialéctico em frente» pela defesa do positivo, das ecoalternativas, das tecnologias apropriadas.
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Pode o projecto de renascimento rural, pedra angular de um desenvolvimento ecológico e autosustentado, ser adoptado pelas ideologias dos partidos instalados?
A resposta é não e as razões as que seguem:
1 - O projecto ecológico do Renascimento Rural é um dos que os partidos não podem, de modo algum, recuperar, a menos que reneguem todos os princípios programáticoa em que dizem acreditar e com que se apresentaram ao eleitorado... A menos que renunciassem à ideologia tecnocrática do progresso, que é pedra angular das suas estratégias de tomada de poder, nunca podem preconizar uma sociedade paralela com base nas tecnologias apropriadas da autosuficiência.
Por exemplo: -quem defende as centrais nucleares civis não tem moral, nem lógica, nem coerência para vir a atacar o armamento nuclear, consequência inevitável daquele.
-quem defende os projectos macroeconómicos da megalomania (os projectos megalómanos da industrialização pesada e acelerada) não pode defender o pequeno e médio agricultor, a exploração familiar, a estrutura do «small is beautiful» na economia, na energia, na indústria, etc.
-quem defende o sistema energético das indústrias pesadas, é evidente que descarta os projectos de energias limpas e tecnologias doces, ou se diz defendê-las é por folclore e oportunismo;
-quem defende o sistema médico e confunde doença com saúde, não está a defender uma política ecológica de conservação da saúde mas na melhor das hipóteses uma política de combate à doença
-quem defende o desperdício e a pilhagem a nível internacional, não tem moral para dizer que defende uma política ecológia de reciclagem e que, por exemplo, o Biogás será a energia revolucionária por excelência;
-quem defende uma política autoritária não pode defender a liberdade; quem defende uma «moral» de Maquiavel - os fins justificam os meios - é evidente que faz da ética tábua rasa;
-quem advoga métodos violentos na agricultura, na medicina, na alimentação, na economia, no desporto, não tem moral para dizer que defende a vida, a ternura, a paz, a felicidade, as crianças, a alegria
-quem defende a agricultura química e industrial, não poderá nunca defender uma agricultura de subsistência e autosuficiência, diversificada, dominada pelo agricultor através de tecnologias apropriadas e libertadoras, mais económica a longo prazo porque o investimento entre a ferramenta (e a semente) e a mão de obra continuará equilibrado
2 - No plano político, o projecto ecológico tem que se inserir necessariamente numa área de reformismo e socialismo democrático. Qualquer radicalismo revolucionário ou totalitário é incompatível com a ideia-chave da evolução pacífica e não-violenta, pela criação de um sector alternativo cada vez mais alargado.
É impossível a um ecologista distinguir o Nuclear Civil do Nuclear Militar; a estrutura da indústria nuclear é violenta e conduz inevitavelmente à sociedade totalitária, à guerra armada e à catástrofe total;
Politicamente reformista e eticamente revolucionário, o projecto ecológico do renascimento rural passa por uma organização cooperativa dos trabalhadores, nunca cedendo à ostentações manipulatórias dos partidos que pretendem tutelar toda a actividade do trabalhador;
O pequeno e médio agricultor, estando na base fundamental de um projecto de renascimento rural - de que ele é o último sobrevivente, o mestre de experiência feito - é directa ou indirectamente combatido pelos que defendem modelos económicos que necessariamente apontam para o gigantismo e a grande dimensão. O latifúndio, por exemplo, é sempre antiecológico e contraria qualquer estratégia de renascimento rural.
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IDEIAS ECOLÓGICAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO AUTOSUSTENTADO E DEMOCRÁTICO DE CABO VERDE
BOAS IDEIAS/ PONTOS E PARÁGRAFOS PARA UM MANIFESTO DAS TECNOLOGIAS APROPRIADAS
-O regresso esperado ao bom hábito da sesta - Elogio da Preguiça( Paul Lafargue)
-A semana de trabalho de 30 horas - Trabalhar menos e produzir mais
-Hidrocultura - Como cultivar sem terra
-Técnicas de autoconstrução
-Como evitar ser enterrado vivo
-Banco para iniciativas de autosuficiência ecológica
-Dar boleia ao vizinho - A prática da entreajuda - Crise de energia pode combater egoísmo
-Sargaço e moliço podem dar energia
-Cura pelo telefone
-Um sindicato de desempregados - «Quando os desempregados forem felizes» (Michel Bosquet)
-Técnicos de saúde como profissão de urgência
-Reanimar pequenos aproveitamentos hidroeléctricos
-Associação contra abuso do poder público - Sociedade protectora dos peões - Associação para a defesa da liberdade de consciência
-Pneus usados «viram» combustível
-Ecotribunal europeu
-Vermicultura - «Por favor não matem as minhocas»
PARÁGRAFOS PARA UM MANIFESTO DAS TA'S:
-[A REVOLUÇÃO NÃO-VIOLENTA DAS ALTERNATIVAS - A REVOLUÇÃO ALTERNATIVA DA NÃO-VIOLÊNCIA] - Um sindicato de desempregados, com poderes [????]para empregar ou desempregar, em tarefas artesanais, os sem emprego no sistema industrial, é um projecto ecologicamente «revolucionário» no sentido em que desenvolve os princípios da independência, da autarcia, da diversificação e da autosuficiência, preconizados pelo realismo ecológico; e na medida em que permitiria a saída e mudança aos (ainda) empregados em indústrias bélicas e poluentes mas que, por convicção, quisessem sair, procurando modo de vida em indústrias e actividades alternativas, mais humanas e mais moralmente compensadoras (gratificantes como modernamente se diz).
-[[[????]]]]A educação ecológica ou dialéctica preconizada pelo realismo ecologista pode situar-se naquele espaço que, através das épocas, a escola tem procurado preencher com disciplinas tais como: educação cívica, educação moral, educação filosófica, educação científica...
-Um Plano Nacional de Reciclagem é muito mais urgente para Portugal do que um Plano Energético Nacional. «As matérias de recuperação - sob o nome de Poluição - são os únicos recursos que crescem em vez de se esgotar.»
-Experiências de autarcia e modos de vida autosuficientes inscrevem-se entra os capítulos necessários de um Manual Prático de Auto-organização. Talvez [?] se possam retomar, inclusive, experiências de ordens monásticas - sem que seja necessário fazer partir tudo de zero.#
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IDEIAS ECOLÓGICAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO AUTOSUSTENTADO E DEMOCRÁTICO DE CABO VERDE
IDEIAS-FORÇA DO REALISMO ECOLÓGICO
[CPT, in « A Capital», 27/2/1982] - O realismo ecológico, que procura agir sobre as consciências e despertá-las, define-se por um programa de pedagogia total intensiva. Uma demopedia, como lhe chamava António Sérgio. Importa que as pessoas pensem, reflictam, tenham uma atitude crítica em relação a tudo o que sobre elas se abate. Mas esta vigilância crítica, que é constantemente contrariada por órgãos de manipulação e intoxicação sistemática, desenvolve uma influência tão lenta que se pode considerar «utópica» a vontade de mudar alguma coisa, mudando primeiro a maneira de ser e de pensar das pessoas. Que são cada vez menos «pessoas» e cada vez mais um número no meio da massa.
Mas o realismo ecológico - seja qual for o êxito da sua pedagogia crítica - não pode desesperar e só se justifica, afinal, por manter viva essa fé. Continuará tentando mostrar a verdade, por mais que a mistificação e a mentira inundem os meios de comunicação de massas, nos quais o que não é propaganda é publicidade e o que não é publicidade é propaganda.
-O «consumidor» terá de compreender o papel decisivo que poderá assumir na mudança. Mas o «consumidor» terá de compreender, principalmente, que tem de criar mercados paralelos de produtos e alimentos, se quiser, com a sua acção-intervenção, ter um peso político na transformação radical da sociedade. Os movimentos para a defesa do consumidor têm, no fundo, o objectivo de reconsolidar, a níveis qualitativos diferentes, o mesmo sistema de mercado e de consumos que hoje vigora. Não se trata, por exemplo, de reivindicar medicamentos mais baratos e de melhor qualidade, mas de reivindicar alternativas ecológicas e biológicas aos medicamentos químicos. Para o realismo ecológico trata-se de reivindicar alternativas ecológicas globais de prevenção contra a doença (e conservação da saúde)para evitar e prescindir os medicamentos químicos e sintomatológicos. O mesmo se diga para a agricultura química, para as energias poluentes: o realismo ecológico preconizará, respectivamente, as alternativas globais da agricultura biológica e das energias limpas e infinitas. De uma maneira geral, o realismo ecologista defende o que de raiz liberta o cidadão do Estado e das garras multinacionais dos superestados.
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TAREFAS EM 1982: AINDA ACTUAIS? AINDA VÁLIDAS?
[[[-No campo informativo e da pedagogia crítica, há tarefas muito concretas a elaborar, com urgência, pelo realismo ecológico:
-uma lista exaustiva e articulada dos desastres industriais, calamidades, catástrofes, nos últimos dez anos, aquilo a que se pode chamar «os retrocessos do progresso»
-elaborar e divulgar textos de legislação portuguesa que têm incidência no direito económico, atendendo a que, com a entrada no Mercado Comum, Portugal ficará automaticamente sob a alçada da lei comunitária no âmbito económico
-elaborar um quadro orgânico sobre a situação crítica do ambiente em Portugal, uma espécie de mapa negro e verde de Portugal, relendo a informação oficial à luz de uma posição crítica que é a do realismo ecológico
-elaborar a lista dos medicamentos que os próprios médicos já denunciaram como tendo efeitos cancerígenos ou de qualquer ordem patológica
-elaborar um projecto de aldeia comunitária, a fundar quando as condições estiverem reunidas para isso, de molde a servir de modelo e centro de acolhimento a quem queira iniciar-se numa experiência alternativa global, com raízes na terra
-concretizar um centro documental que permita apoiar, com informação, autarquias e mesmo senhores deputados que procurem dados pontuais sobre posições que queiram assumir no âmbito das suas tarefas, regionais num caso, nacionais no outro
-discutir e aprovar textos-plataforma sobre os quais se consiga unanimidade de colaboração com organizações partidárias, cívicas, culturais, asociativas, etc., de modo a levar acções pontuais por diante ou mesmo estratégias de fundo concretas.#
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IDEIAS ECOLÓGICAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO AUTOSUSTENTADO E DEMOCRÁTICO DE CABO VERDE
MANIFESTO DAS TA'S PARA UMA POLÍTICA DE SAÚDE ( TECNOLOGIAS APROPRIADAS DE SAÚDE)
Seriam funções de um projectado «comité para a prevenção natural da saúde»(*) - projecto elaborado em 1985 - as seguintes:
-informar o Governo, periodicamente, da evolução mundial que se está a operar nas técnicas de prevenção natural de saúde e profilaxia natural da doença
-converter-se a breve prazo em Conselho Nacional de Prevenção, institucionalizando-se assim o organismo normal de consulta para as questões holísticas (conservação da saúde), produtos dietéticos e consumos afins
-constituir-se como júri de avaliação em futuras promoções e certificados de profissionais de naturoterapia
-com ajuda financeira do Estado, promover a vinda a Portugal de especialistas em modalidades terapêuticas ainda não praticadas ou conhecidas em Portugal
-elaborar, periodicamente, relatórios sobre a situação das técnicas terapêuticas tradicionais e avançadas que mais podem interessar à situação concreta do utente português dos serviços de saúde [ (*) variante do nome para: Comité holístico de Ecologia, Saúde e Prevenção]
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IDEIAS ECOLÓGICAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO AUTOSUSTENTADO E DEMOCRÁTICO DE CABO VERDE
MANIFESTO DAS TECNOLOGIAS APROPRIADAS PARA O ECODESENVOLVIMENTO E O RENASCIMENTO RURAL
[Jornal «A CAPITAL», 15/7/1978]
Enquanto a sociedade rural, dita subdesenvolvida, não adquiriu poder de compra (mínimo) para adquirir o artefacto industrial produzido nos centros fabris urbanos, foi ignorada, deixada à margem e relativamente sossegada na sua relativa ou arcaica autosuficiência: logo que o capitalismo e o industrialismo percebeu aí uma possibilidade de alargar a venda de «gadgets» estandartizados, proclamou-se a «grande ofensiva», pois um novo mercado surgia e aos mais remotos lugarejos foi chegando aquilo a que o jornal local, o padre, o professor, o médico, o juiz, o cacique, logo chamariam «progresso». Quiçá o supermercado, em substituição do mercado ancestral.
A esses lugarejos (ditos)« primitivos» e «selvagens» foi, portanto, chegando a cultura, a tecnologia, a ciência, a indústria, a poluição, os jornais, etc.
Chamou-se «civilização» a uma autonomia que se degradava em dependência, a uma autosuficiência que passava a ser insuficiência e a uma vida comunitária própria que passava a ser uma vida padrão estrangeira.
À economia rural, baseada no máximo aproveitamento e reciclagem de recursos, chamou-se pejorativamente «economia de subsistência» ou «economia de troca». Ao equilíbrio do ecossistema social, à vida em comum e a vida unitária (em suma, à vida comunitária) chamou-se «estruturas sociais primitivas»
E assim por diante.
Abundam, na ideologia do desenvolvimento, os chavões, os mitos, os sofismas, para dar a hegemonia ao capitalismo triunfante que, mediante a moeda e seu valor de troca, não lhe será difícil inclusive comprar o pecúlio cultural de séculos e gerações por trinta dinheiros. Com alguns tostões, era possível ao aldeão e ao camponês abastecer-se nos mercados e deixar de fabricar os seus próprios produtos, de reciclar os seus materiais, de inventar as suas soluções tecnológicas, de imaginar, uma após outra, as soluções ecológicas mais adequadas de resposta ao meio, de dialéctica com a força, opacidade ou dureza dos materiais à disposição.#
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TÍTULOS AC PUBLICADOS SOBRE TA´S
10/11/1979 - Como e onde educar os filhos?
31/7/1981 - Trabalho e Ecologia
5/2/1981 - Na pista da Bioagricultura (in «Barlavento»)
30/1/1982 - Escola de Realismo
25/9/1982 - As Tecnologias Democráticas
2/7/1983 - Mitos que matam - Trabalho em Cadeia
27/12/1986 - Balanço 86 - A luta clandestina
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TECNOLOGIAS APROPRIADAS (TA'S)
Tecnologias apropriadas (listagem A a Z de alguns sinónimos):
-de aldeia
-alternativas
-de autosuficiência
-autogestionárias
-contra-tecnologias
-conviviais
-democráticas
-desalienação
-humanistas
-leves
-libertadoras
-novas
-não-utópicas
-socialistas
Com o prefixo «auto», podem enunciar-se os seguintes sinónimos de tecnologias apropriadas:
-autoconhecimento
-autoconquista
-autocontrole
-autocura
-autodescoberta
-autodesalienação
-autodomínio
-autoimunização
-autosuficiência
-auto-organização
AUTODEFESA E AUTO-ORGANIZAÇÃO
Citam-se algumas tecnologias de «autodefesa pessoal» e «autodefesa de grupos», para um inventário (+) completo de Tecnologias Apropriadas(TA's), cuja investigação e desenvolvimento é vital para a construção de uma sociedade de sobrevivência e que se constitua como alternativa à actual sociedade suicida e autodestrutiva:
Tecnologias apropriadas de «autodefesa pessoal»:
-Karate-Do
-Ju-Do
-Jiu-Jutsi
-Aiki-Do
-Artes marciais chinesas
-Agulhas que curam (Acupunctura)
Tecnologias apropriadas de «auto-organização de grupo»:
-Animação cultural
-Extensão rural
-Educação permanente
-Associações e grupos culturais
-Como formar uma cooperativa
-Como formar uma asociação cultural
-Como formar uma ONG (organização não-governamental)
Tecnologias apropriadas de «autocura»
-Acupunctura
-Dietoterapia
-Homeopatia
-Moxabustão
-Osteopatia
-Punctoterapia
-Quinesioterapia
-Shiatsu
Tecnologias apropriadas de «autoresistência não violenta»:
-Greve da fome
-Jejum
-Como unir forças
Tecnologias apropriadas de «autodefesa cívica do cidadão» e «segurança quotidiana»:
-Como unir os peões
-Como unir os utentes de serviços públicos (transportes, telefones, electricidade, etc)
-Como unir os contribuintes, pagadores de impostos, etc
-Como unir os consumidores
-Como unir os telespectadores
-Como unir pais e alunos
Tecnologias apropriadas usadas pelo establishment, como por exemplo:
-Tecnologias simples na construção de barragens (China, notícias de 29/3/1981)
-Cabo Verde: técnicas para combater a seca e reconstruir o País (24/7/1979)
-URSS: regar os campos com água do mar
-EUA: Pioneiros da «Nova Alquimia»
Tecnologias apropriadas de «autosuficiência», «autarcia» e «aproveitamento de recursos»:
-Aproveitamento de energias infinitas, limpas, nacionais e gratuitas (eólica, solar, ondomotriz)
-Aterros sanitários para saneamento básico
-Artesanato de vime, vidro, tecelagem, cestaria, etc
-Bicicleta, símbolo da tecnologia apropriada
-Casa termicamente optimizada, experiência-piloto dirigida no Porto pelo Prof Oliveira Fernandes
-Digestores de biogás a partir de excrementos
-Medicinas caseiras em especial e medicinas naturopáticas em geral
-Moinhos de vento e de maré, azenhas de água
-Pequenos prelos para edição de fanzines de resistência e circulação limitada
-Tecnologias alimentares baseadas no taoísmo e no budismo zen
-Tecnologias de construção e habitação adequada ao clima e conforme materiais da região
-Tecnologias de organização associativa, cooperativa e de autogestão
-Tecnologias de parto sem dor e de nascimento sem violência
-Tecnologias de reciclagem e reaproveitamento de materiais e desperdícios
-Tecnologias de yoga
-Vermicultura e técnicas de compostagem para a chamada agricultura biológica
Tecnologias apropriadas de autosuficiência (lista A a Z de materiais que podem ser aproveitados ecologicamente, quer dizer, na perspectiva do máximo aproveitamento ou reaproveitamento (reciclagem) de recursos:
-Água
-Clorofila
-Humus
-Minhoca
-Oxigénio
Tecnologias apropriadas modernas e tradicionais (lista de A a Z como exemplo e ponto de partida para um inventário de TA's imediatamente realizáveis, não utópicas, baratas, facilmente domináveis e aprendíveis):
-Autoconstrução
-Apicultura
-Azenha
-Aquacultura
-Bicicleta
-Biotecnologia
-Cercas
-Casa autónoma
-Colector solar plano
-Cultura de minhocas
-Cultura hidropónica
-Carro de boi
-Cesto
-Digestor de metano
-Desobediência civil
-Forno solar
-Gerador eólico
-Moinho
-Radiestesia
-Rede de secagem
-Regador
-Sebes
-Sericicultura
-Tear
-Telha
Tecnologias apropriadas tradicionais (lista A a Z de artes e ofícios que ainda vivem e que podem ainda ser recuperados, se se agir já nos próximos minutos):
-Abegão
-Adegueiro
-Albardeiro
-Amola-tesouras
-Artesão de bonecas
-Barrista
-Bordadeira
-Cadeireiro
-Caldeireiro
-Caldeireiro-estanhador
-Canteiro
-Cantoneiro de limpesa
-Carreiro
-Carpinteiro de barcos
-Carpinteiro de socos
-Carvoeiro
-Ceifeira
-Cesteiro
-Chapeleiro
-Cordoeiro
-Correeiro
-Descortiçador
-Doceira
-Embalsamador
-Esparteiro
-Estanhador
-Faroleiro
-Ferrador
-Ferreiro
-Fogueteiro
-Funileiro
-Ganadeiro
-Ganhão
-Guarda-florestal
-Jardineiro
-Latoeiro
-Limpa-chaminés
-Maioral
-Marceneiro
-Miniaturista
-Moleiro
-Mondadeira
-Odreiro
-Oleiro
-Ourives
-Padeiro
-Parteira amadora
-Pastor
-Pescador artesanal
-Queijeiro
-Santeiro
-Sapateiro
-Segeiro
-Serralheiro
-Tanoeiro
-Tecelão
-Torneiro de madeiras
-Tosquiador
-Vedor de vara
Tecnologias apropriadas de artesanato tradicional, lista de A a Z, por materiais usados na respectiva actividade (arte ou ofício):
-Açudes para rega
-Apicultura
-Armações à Valenciana
-Arte da chávega(Vagueira, Torreira, Mira)
-Azenhas
-Barro
-Barros vidrados de Casal do Redinho
-Bordados
-Carro de bois transmontano
-Carros de tracção animal
-Casa de adobe
-Cerâmica
-Couros
-Embutidos
-Espigueiros do Lindoso
-Estaleiros artesanais de Vila do Conde
-Fiação e tecelagem do Linho
-Flores artificiais
-Lanifícios de Portalegre
-Latoaria
-Linho
-Lousas de Valongo
-Madeiras
-Moinhos de maré do Seixal
-Moinhos de pau de Tomar
-Moinhos de vento
-Olaria
-Ourivesaria
-Palitos do Lorvão
-Sal de Aveiro
-Tapetes de Arraiolos
-Tapetes de corda
-Tecelagem da lã
-Trabalhos de empreita
-Velas artísticas
-Vidro da Marinha Grande
-Vimes de S. Gonçalo (Baixo Alentejo)
Tecnologias apropriadas de saúde (holísticas), lista A a Z de novas profissões que podem ou não ser incentivadas, conforme o modelo de sociedade que se quiser construir, cada vez mais livre e independente. ou cada vez menos livre e mais monodependente:
-Acupunctores
-Auxiliares de saúde ambiental
-Fisioterapeutas
-Homeopatas
-Massagistas terapêuticos
-Naturoterapeutas
-Nutricionistas
-Optometristas
-Osteoterapeutas
-Professores de parto profiláctico
-Professores de saúde
-Psicólogos clínicos
-Psicoterapeutas
-Radiestesistas
-Técnicos em saneamento e abastecimento de água
-Técnicos sanitários
-Técnicos de saúde pública
-Técnicos de segurança no trabalho
-Terapeutas da fala
-Terapeutas ocupacionais
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MANIFESTO DAS TECNOLOGIAS APROPRIADAS
PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DA DEMOCRACIA
«Como se chega a ser o que se é»
Frederico Nietszche
PROPOSTAS DE FUNDO(*) DO REALISMO ECOLÓGICO
(AS PRIORIDADES MAIS PRIORITÁRIAS)
-Descentralizar produção energética e diversificar fontes
-Reciclar resíduos e aproveitar desperdícios
-Criar condições ao investigador que trabalha na optimização de projectos de energias livres, tais como: energia das ondas, energia solar para aquecimento, energia do vento, etc
-Reduzir desemprego, reduzindo horário de trabalho
-Reduzir horário de trabalho, reduzindo desemprego
-Praticar uma efectiva política de auxílio ao artesanato como forma de emprego dos desempregados e não como exploração de mão-de-obra (do deficiente, da mulher, do preso, etc) feita despudoradamente pelo poder; artesanato como forma livre de trabalho livre e não como instrumento coercivo do comércio turístico; artesanato como renascimento de tenologias de aldeia ainda actualizáveis e práticas e não com objecto exótico e subdesenvolvido de exportação para países ricos e «desenvolvidos»
-Autogestão, autoorganização dos cidadãos, autodefesa e autocontrole
-Levar em consideração uma política do quotidiano e valorização da pessoa humana
-Alerta às «doenças da civilização» como indicadores da crise e sintomas da Doença que mina o sistema industrial
-Intensificar as experiências de medicina tradicional chinesa, medicina ecológica por excelência e por definição
-Difundir, com propósitos didácticos práticos, os princípios de economia alimentar que se designa «macrobiáotica» ou dieta de base cerealífera, integral e biológica, tecnologia apropriada como prática imunizadora
-Alerta à lógica da catástrofe, da guerra, da poluição, do desperdício: alerta à lógica do crescimento industrial infinito e logarítmico
-Alerta público e sistemático sobre a correlação de causa-efeito existente (mas sistematicamente negada) entre sismos catastróficos e rebentamentos nucleares subterrâneos feitos por EUA, URSS e França, há cerca de trinta anos, relação que todos os ambientalistas, «media» e até alguns alegados ecologistas continuam negando, numa atitude de vergonhosa conivência com um dos crimes mais hediondos do tempo moderno
-Intensificar as experiências com gás metano a partir de detritos orgânicos animais, nas zonas mais pobres e carentes da vida rural
-Desenvolver o Sector alternativo para uma sociedade paralela ao desenvolvimento urbano: Renascimento Rural ou renascimento da civilização
-Política agrícola e alimentar baseada nos dois princípios ecológicos básicos:a)conservação dos solos, fundo de fertilidade e saúde pública; b)produção diversificada, desenvolvimento regional, descentralização e renascimento rural
-A agricultura biológica, como sector alternativo obrigatório integrando uma política alimentar e de saúde, faz - na perspectiva do realismo ecológico - a interface entre a economia e o indivíduo, entre o colectivo e o pessoal.
-Uma política agrícola de orientação ecológica deverá levar em linha de conta alguns pressupostos fundamentais como linhas de fundo [ já indicadas no caderno reivindocativo de base «100 Medidas para 100 Dias»]: análise energética aplicada à agricultura; métodos ecológicos de produção; defesa e conservação do fundo de fertilidade dos solos: substituição gradual das culturas industriais (tabaco, cártamo, girassol, eucalipto) por culturas de subsistência básica alimentar (soja, leguminosos, cereais, nomeadamente arroz, milho, milho-painço, etc); produção agrícola subordinada aos interesses da saúde pública e nem só com interesses dos lucros empresariais. Entre as pequenas grandes soluções, indicam-se algumas que merecem maior simpatia aos realistas da ecologia: difundir a cultura de plantas aromáticas e medicinais , não só para objectivos que o Ministério da Indústria já previa em 1982 (2/4/1982) mas para objectivos terapêuticos de medicina natural em que podem ser úseis; incentivar a cultura de minhocas (vermicultura), transformador natural de detritos orgânicos, na sua função de combater lixeiras e fertilizar desertos; incentivar com prudência as culturas forçadas de estufa; incentivar o apoio ao jovem agricultor,[ segundo o regime regulamentado pela portaria 806/81, de 16 de Setembro, que surgiu na sequência do decreto-lei 513-E/79, de 24 de Dezembro e da lei 42/80 de 13 de Agosto]; incentivar acções de «agricultura de grupo» [regulada por decreto-lei nº 513-1/79, de 26 de Dezembro de 1979].
-Tornar a análise energética (ciência recente com pouco mais de vinte anos) disciplina universal e obrigatória em todos os graus de ensino, mais importante do que as tradicionais disciplinas de alfabetização básica - ler, escrever e contar -[foi sempre um dos postulados defendidos pelo realismo ecologista]. Com a análise energética da realidade, que substituirá, com vantagem, a matemática, a economia e o IVA, a percepção do mundo e da vida torna-se qualitativa: a análise energética, com efeito, responde, em termos rigorosos, à pergunta: quanto vale (quanto custa) em energia incorporada - incluindo a energia humana chamada trabalho - isto ou aquilo? Saber quanto custa em energia todo e qualquer produto, objecto, alimento, actividade ou serviço, é dar adequado e correcto valor a todos os recursos naturais - incluindo o homem como recurso natural - levando a uma lógica ecológica de poupança (a verdadeira economia) que substitua o absurdo da actual lógica do desperdício, a que paradoxalmente se chama economia.
-Estimular nos jovens o ingresso em carreiras profissionais mais afectas à defesa dos recursos naturais
-Protecção da natureza e conservacionismo ambiental, como forma de multiplicar empregos
-Distinguir uma árvore melhoradora (como o sobreiro ou a azinheira) de uma árvore parasita (o eucalipto), pode ser uma das muitas funções de um «assessor do ambiente», profissão que tarde ou cedo as democracias deverão criar para se democratizarem; outras funções podem ser a de um assessor: ter consciência de que maneira os empórios químicos contribuem, com suas campanhas maciças de propaganda, para convencer os agricultores de que a agricultura biológica é impossível e não concorre para a proditividade; saber que uma economia democrática é sempre uma economia de reciclage, de autosuficiência e independência nacional, enquanto uma economia exponencialista, de crescimento indefinido, desperdício e não reaproveitamento será sempre uma economia antidemocrática e fautora de guerra: saber que a ecologia humana se estende hoje a todos os sistemas que, pilares da sociedade de consumo, nos governam e para os reformar por dentro: o sistema médico, o sistema energético, o sistema escolar, o sistema informativo dos «mass media», o sistema cultural dos meios electrónicos de comunicação, etc.: saber que as alternativas ecológicas são um programa realizável de imediato, no quotidiano de cada indivíduo, de cada grupo, de cada bairro e de cada rua, de cada povoação e de cada comunidade; saber que as ciências humanas terão, por isso, com a ecologia, que partir de zero e que todos estamos, portanto, com a nossa prática e consciência ecológica, a aprender as novas ciências humanas, sociais e políticas do futuro, aquilo a que se poderá chamar uma «prospectiva ecológica»; ao assessor do ambiente cabe, em suma, a revolução da vida quotidiana, da qualidade de vida onde quer que resida, cabe-lhe, portanto, uma função dialéctica e dinamizadora [poderá constituir grupos de trabalho, realizar a leitura pública de notícias e textos fundamentais para os problemas viatis da população; deverá afixar jornais de parede; deverá comunicar aos centros coodenadores - distritais ou gerais - as dificuldades encontradas, inclusive monetárias: deverá denunciar os travões postos por autarquias e outras entidades]
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(*) São de fundo porque, a serem adoptadas, total ou parcialmente, por um partido, condicionam toda uma estratégia ou linha de actuação política
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