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21/Julho/1990
O DISCURSO NO ANO 2222
IDEIAS A ARDER PARA FOLHETIM AC: ONDE A CIÊNCIA (E A ARTE) DA AMBIGUIDADE SERVE PARA OCULTAR O ALVO [é evidente que se trata aqui de denunciar colarinhos de alto coturno, pelo que só posso escrever isto num texto ficcionado e colocado no futuro, lá para o ano 1999]
-- A forma como se «despolitizam» certos fenómenos, como se «liofilizam» certos acontecimentos, regra geral trágicos, para ilibar culpados e desviar dos criminosos a atenção pública, é bem a prova da infinita ingenuidade humana.
A ciência e a tecnologia servem, regra geral, para «liofilizar» o crime. Mas quem melhor o consegue e para isso servem, são os «media».
Face à catástrofe anual que se abate sobre as nossas florestas criou-se a necessidade de juntar aos meios técnicos a capacidade de prever o comportamento dos fogos.
Uma jovem engenheira portuguesa foi aos Estados Unidos e criou uma receita -- o Firemap -- e certamente que as celuloses patrocinarão essa engenheira, essa ciência e essa tecnologia, se é que não a patrocinaram já.
Leio, aliás, em outro lugar do mesmo semanário, que as Celuloses, agora, têm para este ano outra novidade: vão pôr avionetas de patrulha aos incêndios, avionetas que não terão, obviamente, a missão de atear os incêndios mas de os «detectar» do ar.
As Celuloses -- disse um dirigente -- estão fartas de ser acusadas, injustamente, de contribuir para atear fogos.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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