sábado, 8 de novembro de 2008

PARADIGMA 2012

1-2 entropia-1> ensaios de yin-yang– energia e entropia – cartas com endereço
inédito ac de 1989

O SEGREDO É ARMA DOS POBRES

Esta carta é confidencial e já verá adiante porquê. Com ela pretendo sistematizar um certo número de intuições e conclusões, não só difíceis de explicar oralmente mas porque, contrário aos meus hábitos de escrever público, se trata agora só de falar a pessoas muito raras a escolhidas.
Foi você o primeiro escolhido ...porque tinha de ser. Por definição.
Nos últimos tempos tenho lido bastante de uma bibliografia que fui juntando sobre sociedades secretas. Ao mesmo tempo que, como sabe, estou empenhado no lançamento de um partido político e de uma associação que o prepare, fui concluindo de que faltava, ao edifício, alicerces e cúpulas.
Lendo o que li de sociedades secretas, ou melhor, iniciáticas, concluí que essa cúpula e alicerces só podia ser uma terceira (e última...) associação, esta de carácter "iniciático" ou "secreto" , ao contrário das outras duas.
Porquê?
Porque a história e a experiência ensinam que foram (a são) sociedades secretas iniciáticas quem no fundo inspira e move os movimentos sociais a políticos com algum êxito.
E porque - também - é o espírito que comanda a matéria, embora não pareça porque os materialistas dizem que não.
Na base dessa terceira associação - pedra filosofal onde poderá assentar a parte exotérica do edifício - está como calcula a Acupunctura, que me parece, por convicção longamente reflectida, a pedra angular de uma possível iniciação nos dias profanos e profanizados de hoje.
É uma tese que longamente tenho amadurecido, inclusive em textos que, sendo embora e modéstia à parte, o melhor que já escrevi, continuam todos rigorosamente inéditos.
O que só reforça em mim a convicção de que estou tocando, sem querer, matéria proibida, secreta, oculta, ou que as circunstâncias tornam oculto.
Tratam esses textos de Energia e Entropia, tentando eu explicar a História da Humanidade por um longo processo de lutas entre a energia que nos sugam e a Entropia que nos impõem.
Mais tarde, verifiquei que a moderníssima Análise Energética dos ecologistas não pretende outra coisa...
Por vários motivos que pressinto sejam para si também implícitos, assentaríamos, pois, nesta primeira intuição-conclusão: Acupunctura, arte, ciência e técnica iniciática sem parecer que o é...
O resto, agora, é o mais difícil: saber quantas pessoas haverá com a mesma convicção e transformá-la em acto, e saber como as contactar sem profanar o segredo indispensável ao êxito da empresa.
O resto, agora, é decalcar nas experiências que se possam colher na tal bibliografia sobre sociedades secretas, o modelo da que serve às circunstâncias de tempo e de lugar vividas hoje aqui.
O resto, agora, é, pessoa a pessoa, criar a cadeia com elos de confiança que não se partam. A "rede", diriam as do Graal.
Quer dizer: o Partido e a Associação ecologista seriam apenas a ponta de lança que, agindo publicamente, tentariam dar força ao núcleo secreto iniciático.
Tendo passado, ainda que episodicamente, pela aprendizagem da Acupunctura (que insisto em ver como a parte operativa de um sistema mais vasto e global, o taoísmo, o yin-yang), só posso ver hoje o ecologismo como um meio acessório de servir o fundamental. Um meio que as circunstâncias de tempo e de lugar tornam o mais aconselhado para democratizar a técnica íniciática da Acupunctura em particular e do yin-yang em geral.
Mas sociedade secreta porquê?
As guerras santas de domínio de que a Acupunctura hoje é alvo, parecem-me a demonstração de que todos estes raciocínios têm algum fundamento. Essas guerras em que "agentes negros" se mostram tão activos, não hesitando em recorrer às armas da calúnia a da destruição pessoal, parecem indicar a necessidade de uma defesa igualmente "armada". Falo do "sagrado" como a mais poderosa dessas armas, sem excluir que também se possa lutar às claras e publicamente.

O SEGREDO É ARMA DOS POBRES

O ecologismo tem , quanto a mim, hoje um papel apocalíptico claro: não se trata tanto de reformar ecologicamente a sociedade (porque já é tarde, não há tempo) mas, embora sem publicamente o confessar, de, através da crítica ecológica do sistema, tornar, à consciência colectiva das "massas", cada vez mais abominável, nauseabundo e insuportável o mundo tal qual está: o Mundo sem Deus.
É a táctica do "quanto pior melhor", para que se torne explosiva nas pessoas a necessidade de mutação.
Quer dizer: uma luta ecologista a nível profano, de partido ou associação, deverá agudizar nas pessoas a angústia e a consciência do atoleiro, para sair do qual se tornam luminosamente necessárias as tecnologias iniciáticas de reapropriação do homem pelo homem , técnicas onde a Acupunctura ocupa o lugar cimeiro e soberano.
As artes e ofícios (comandados na frente pela Acupunctura) voltam assim a desempenhar a função maçónica revolucionária operativa. É por isso que se deve - penso - adoptar as mesmas tácticas de associação que a Maçonaria, entre outras sociedades secretas, adoptou.
Formalmente é a mesma aventura, embora se trate agora de apostar em outro conteúdo: uma técnica iniciática que, sob todos os pontos de viste, é mais poderosa do que todas as iniciações de ritos maçónicos, rosa-crucianos e outros.
E não sei se estou a dizer uma heresia.
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(*) Esta texto em forma de carta, que devo ter escrito ao V.C. (mas nunca enviei) , assinala apenas a procura de uma técnica iniciática, que só viria em 1992, com a gnose vibratória de Etienne Guillé. Com muita asneira pelo meio, mas o essencial da mensagem permanece: é um bom antecedente da hipótese vibratória. O ano de 1989 foi o da fronteira: congeminei, inclusive, o projecto de um romance sobre técnicas iniciáticas, daí a bibliografia que reuni e a que aludo nesta (suposta) carta ao V.C.. Há textos a passar ao scanner desse projecto de romance...

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