1-2-mercado-2-cw-scan – relacionar, do diário de um idiota, 6 a 11 de Abril de 1989e 13, 22 e 31 Janeiro de 1989 domingo, 24 de Novembro de 2002
O «NOVO»: PALAVRA-CHAVE DA UNIDEOLOGIA + ALGUMAS PALAVRAS-CHAVE DESTA SÉRIE MERCADO :
Religião imperialista industrial
Expansionismo precisa de mitos
Expansionismo de mercado começa no expansionismo ideológico-linguístico
Abertura, liberdade, penetração pacífica
Leis do Marketing
«Abolir fronteiras, abrir mercados»
Karl Popper, ideólogo da unideologia? (Ver recorte anexo)
Porque começam a ser mágicas certas palavras e expressões hoje dominantes no discurso normal da ideologia, da propaganda e da publicidade.
Linha sim,linha não, lemos "abolir fronteiras", "estipular concorrências", "livre circulação de pessoas e bens."
Certas formas de protecção ao ambiente agradam bastante ao sistema de mercado, se virmos os interesses deste no media e no longo prazo. A reconversão capitalista tem na chamada "anti-poluição" o seu principal motor.
Os conceitos mais badalados nos "media" servem hoje, da melhor maneira, a estratégia de recuperação capitalista, abrindo novos mercados para "novos produtos "e "novas tecnologias", dois conceitos mágicos da actualidade.
Desde a apologia feita aos conceitos de "abertura" e "diálogo" até ao "poluidor- pagador" e à "reconversão de processos tecnológicos" e aos "produtos de substituição", tudo isto concorre para a "expansão de mercados" que se tem hoje como testa de ponte da estratégia capitalista e do imperialismo industrial.
Não é outra a razão que leva os "media" burgueses a regozijar-se com a Perestroika, sinónimo, para o Ocidente imperialista, de abertura dos mercados de Leste...
A filosofia ocidental do "liberalismo", aplicada em especial à chamada "liberdade de expressão de pensamento", serve a expansão do "mercado cultural" e por isso e exaltada como princípio redentor .
Todos os internacionalismos (desde o económico ao intelectual e linguístico) são benvindos, pois, a médio e longo prazo, servem a estratégia de expansão imperialista.
"Jogos sem fronteiras", "olimpíadas", "campeonatos mundiais" preparam a opinião pública para a tolerância e a "convivência pacífica", outro conceito, à partida indiscutível, que serve a ideia do expansionismo.
A televisão por satélite ocupa, neste contexto internacionalista, uma importância-chave.
Toda a "abertura" é saudada com entusiasmo, desde que não ponha em cheque os objectivos últimos dessa abertura.
As ideologias laicas servem, regra geral, este objectivo de expansionismo "pacífico", já que a "paz" é um conceito consensual e a guerra, a fazer-se, deverá ser feita por outros meios, ditos "pacíficos".
Note-se, sem precisar para isso de grande argúcia, que a palavra "novo" e o seu corolário "moda" desempenha um papel igualmente relevante neste contexto.
Abomina-se toda e qualquer tradição, e nem só a islâmica...
"Novos produtos", "novas tecnologias", "novos hábitos", "novos detergentes", "novas bebidas", "novas novidades", o "novo" é pai de toda a mitologia da religião consumista, da qual vive, matando, o imperialismo industrial.
+
1-2 - mercado-3-cw> -scan – sem pudor, classifico este texto inédito de 5 estrelas
domingo, 24 de Novembro de 2002
A LINGUAGEM DA UNIDELOGIA + ALGUMAS PALAVRAS-CHAVE DESTA SÉRIE MERCADO->
Gírias Ideológicas
Tecnoideologias
Tecnogírias
O discurso do poder, o poder do discurso
A ideologia dominante
Nomenclatura denuncia ideologia
28-10-1989 - Uma é hedonista, para olear os mecanismos do sucesso, do triunfo, do "struggle for life", da vitória, do lucro, do sistema em autoreprodução e autofagia constantes...
Outra (gíria ideológica) é bélica, tudo são guerras e batalhas (a da produção esteve em moda com Vasco Gonçalves), tudo são estados-maiores, tudo são "staffs", tudo são estratégias, tudo são mobilizações, tudo são rendições, tudo são "as armas que nós temos", tudo são desafios, tudo são agressividades competitivas, etc.
Valia a pena investigar o índice de termos bélicos por linha na linguagem da ideologia tecnocrática dominante
SOLDADO QUE VAI À GUERRA
12-11-1989 - Se, no campo da ciência psicológica, o Dr. Marcelino Mota não hesita em utilizar uma linguagem das forças armadas ( "lutar contra isto", "combater aquilo") que diremos então e por exemplo da ciência agronómica em que a concorrência e a competitividade estão no centro dos lucros do agrobusiness?
A "monda química" é vista como uma guerra, lutar contra as pragas é a grande prioridade, mobilizar a máquina de guerra - os pesticidas - transforma-se na quintessência desta actividade que outrora foi rural e frugal,
Como diz Michel Remy, "Nós Queimámos a Terra", o que se parece muito com a "terra queimada" da literatura bélica e guerreira de todos os tempos. A maior alegria que o sistema pode ter é saber que a guerra de classes foi substituída pela guerra contra a bactéria, contra o parasita, contra o mau tempo, contra o vírus, contra... contra...
E não é por acaso que reuni em dossiê muito completo aquilo a que chamei as guerras do apocalipse que são, por outros meios, as guerras da paz que ao macrosistema biocida lhe interessa prosseguir e manter.
As guerras do Apocalipse, como tenho sublinhado há mais de 15 anos, não se servem já de canhões e mísseis. As guerras são outras: climática, radioactiva, alimentar, psicológica ou de nervos (manipulação mitológica dos multimedia).
Quando, sob a bandeira da Perestroika, se ouve falar em paz, significa que nunca esteve o campo tão aberto para intensificar e prosseguir as guerras que ao sistema interessa manter: as guerras não já entre blocos mas dos Blocos (superpotências atómicas) contra a Humanidade.
Esta é a tese que nunca vi defendida por ninguém, ainda que os factos estejam aí, claros, a confirmá-la. Compilei um pequeno dossiê desses factos no atado "Guerras" do Apocalipse.
*
Por exemplo: em noticia de 1975.12.25 sobre cereais pode ler-se:
"Os cereais (...) arma estratégica mundial..."
"Pressão diplomática..."
"Poderosa indústria pesada..."
"Explosão demográfica... "
"Potencial de produção agrária..."
"Luta integrada..."
"Anti-parasitários"
Se tenho andado em pé de guerra desde que me conheço, possivelmente é porque fui obrigado a isso. Sem me aperceber muito bem porquê - obrigado a defender-me , enquanto (grão de...) humanidade, alvo dessa guerra que nos é imposta, que me é imposta sistematicamente pelo sistema que vive de ir matando os ecossistemas.
Possivelmente fui acusado , ao defender-me, de ter maus fígados, de ser intratável, uma múmia mal disposta, um infeliz sem lágrimas (agora que se usa literariamente a felicidade com elas).
Andei na guerra sem uniforme e não percebi.
Vendo agora no computador as vezes que aparece a palavra "luta" nos textos que guardei em dossiês de "recursos vivos", começo a julgar que compreendo o equívoco ou logro em que caí.
A guerra não fui eu que a quis - mas acabei por cair, como um vietnamita, na fossa preparada pelos soldados norte-americanos, acabei por cair na "ratoeira". E enchi de palavras violentas a minha violenta prosa.
A fábrica substitui os quartéis, que ficam obsoletas com a Revolução Industrial. A fábrica, aliás, torna-se um complexo polivalente: além de quartel e caserna, a fábrica é também hospital, asilo, habitação, cemitério, bordel, etc
domingo, 9 de novembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário