1-1- ecorealismo-15> - os dossiês do silêncio – entrevista testamento (revisão da matéria)
sábado, 13 de Julho de 2002
A LISTA DE ITENS (*)
26/4/1983 - Polarizar a luta alternativa na poluição é um equívoco que interessa principalmente às forças políticas de fundo totalitário. A melhor maneira que estas têm de enquadrar, na primeira altura, os movimentos alternativos em geral e ecologistas em particular, apossando-se deles, é reduzi-los a caricaturas, transformando um vasto movimento de emancipação humana em propósitos pontuais de luta anti-isto e luta anti-aquilo.
Com as tácticas pretendem fazer e esquecer toda uma estratégia.
De facto, a poluição é para essas forças um óptimo «inimigo», pois com ele conseguem distrair o povo do inimigo principal - o crescimento industrial sob todas as suas formas e em todos os seus subprodutos.
É portanto em relação ao imperialismo industrial que o movimento alternativo se deverá definir.
Não é só a poluição o inimigo, nem só de poluição morre o homem.
Por ordem de prioridades, o inimigo é o crescimento e seus subprodutos;
O capitalismo privado tanto como o capitalismo de Estado;
A burocracia tanto como a tecnoburocracia;
O latifúndio, a monocultura industrial e a exploração extensiva;
O pesadelo urbano-industrial e o drástico despovoamento dos campos;
A destruição da pequena e média exploração agrícola;
A democracia sem democraticidade;
O gigantismo industrial, hiperpoluente e concentracionário;
O desperdício a que se chama economia de mercado;
O energivorismo inerente a todos os processos que a análise energética demonstrou serem irracionais;
O crescimento económico logarítmico;
O gigantismo da corrida espacial e nuclear;
A sintomatologia médica , motor que autoreproduz até ao infinito o sistema de doença, morte e destruição;
A luta de classes nas suas formas mais bárbaras de luta contra a geração seguinte, contra as espécies vivas, contra as minorias culturais e rácicas, contra todas as formas de vida alternativa tradicionais;
A alienação do trabalho livre, criador, autónomo, cooperativo e autogestionário;
A macrocefalia urbana e a desertificação dos campos para aí se instalar o imperialismo industrial sob as suas formas mais atrozes de indústrias de ponta hiperpoluentes;
As categorias abstractas que reduzem a dignidade da pessoa humana a números: contribuinte, consumidor, utente, eleitor, peão, etc
O concentracionário industrial, nomeadamente nuclear, celulósico, cimenteiro, químico, petroquímico e alumínico;
A publicidade do mundo capitalista tanto como a propaganda política do mundo não capitalista.
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(*) Publicado no jornal «A Capital» (Crónica do Planeta Terra), 26/4/1983
domingo, 9 de novembro de 2008
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